terça-feira, 25 de agosto de 2009

Lizartza: Onde está a representação?

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Alerta, Fascista!

Lizartza talvez não signifique nada para muita gente, mas esta cidade Basca de aproximadamente 628 habitantes está no centro de uma polêmica inusitada e que demonstra o caráter fascista do PP, o Partido Popular, franquista.
La nota que están a punto de leer no ha sido extraída de los archivos históricos durante los peores años del régimen que rige al Estado Español hasta el día de hoy, o sea, cuando Francisco Franco todavía daba las órdenes él mismo.
A cidade é francamente nacionalista, a maior parte dos votos costuma ir para os partidos da Esquerda Abertzale, comumentemente ilegalizados, o que acaba em uma situação de franca falta de representação em nível local.

Este problema ocorre em dezenas de pequenas cidades do interior basco que ainda permanecem solidamente falantes do Euskara e nacionalistas.

A crise de falta de representação local começou em 2003, quando a lista local ligada ao Batasuna foi anulada e nenhum Abertzale de esquerda pôde se apresentar, sobrando apenas as opções de votar em uma coalizão PNV-EA ou nos fascistas do PP. Vale levar em conta que nenhum dos candidatos destes partidos era morador da cidade, todos moravam em outros locais e foram deslocados para Lizartza para poder concorrer às eleições da cidade.

Apenas nisso já notamos o absurdo que a Espanha transformou o processo eleitoral no País Basco, na falta de presença do partido historicamente vencedor na cidade, impôs-se a presença de pessoas de fora para fingir e brincar de democracia.

- O artigo em duas partes que trago amanhã, aliás, trata desta questão do "jogo democrático" e da farsa que a democraica, por vezes, representa. -

Com a falta de opção, uma parte da população resolveu votar no PNV - antes eles que o PP - e o resultado final foi:

PNV-EA: 131 votos
PP: 10 votos
Nulos: 253 votos (a maioria)

Outro fato curioso foi a de que o prefeito eleito da cidade, então, pelo PNV seria Joseba Egibar, um dos homens mais importantes e influentes do PNV, parlamentar e então presidente do partido em Guipúzcoa.

Obviamente, os moradores locais consideravam o PNV e, em consequência, Egibar, um intruso, uma figura imposta à força, uma persona non grata no povoado, como ficou demonstrado no ato de posse de Egibar e dos conselheiros do PNV.

Egibar, sentindo a pressão, negociou com os Abertzales a renúncia de alguns membros eleitos do PNV e a colocação - com permissão da lei - de conselheiros nacionalistas, atitude que foi barrada pelo presidente do PNV.


O PNV queria mais uma cidade em suas contas, não importava como.
Nas eleições seguintes, em 2007, o PNV tomou sua primeira atitude decente e não apresentou candidatos na cidade, sobrando as candidaturas apenas de PP e de dois partidos Abertzales, o Abertzale Sozialisten Batasuna (ASB) e a ANV, que seriam então ilegalizados.
O absurdo da situação se reflete nos números da eleição. Com apenas 27 votos, o PP conseguiu eleger todos os 7 conselheiros e a prefeita, a fascista Regina Otaola.

A lei exige que, para a eleição ser válida, é preciso superar a barreira dos 5% dos votos. 27 votos na comunidade equivaliam a 7,6% (ou 16% dos votos válidos)

PNV, Aralar e EA pediram o voto em branco para evitar a catástrofe, assim como os Abertzales.
Os votos brancos somaram 142 e os nulos 186. O PP "venceu" com 27 de 355 votos. E viva a democracia espanhola! Pela primeira vez em sua história, esta cidade francamente nacionalista e de esquerda se viu obrigada a tolerar uma fascista no poder.

Regina Otaola jamais viveu em Lizartza, nasceu em Eibar e era conselheira na cidade e foi movida para Lizartza em uma demonstração de total desprezo do PP pelo povo Basco. Não surpreende que ela, a fascista, tenha recebido um prêmio por por sua defesa do "nacionalismo espanhol", em 2008.
O respeito pela democracia por parte dos Espanhóis e dos traidores pró-Espanha é tão grande que os moradores da cidade juntaram 402 assinaturas exigindo a demissão da fascista que respondeu com escárnio, acusando a ETA deter coagido quase a totalidade da cidade para conseguir as assinaturas.
A prefeita e os conselheiros do PP sequer vivem na cidade, a visitam apenas de vez em quando e por algumas horas, com forte escolta da polícia frente aos moradores com óbvio e justificado ódio contra esta imposição absurda da "democracia" espanhola.
Poco después de los hechos por los que ha sido castigado, llegó el día grande de las fiestas de Lizartza. El 6 de setiembre, tras las misa a la que acudieron los ediles del PP -denunciaron incluso al párroco por pedir a los escoltas que no accedieran armados a la iglesia-, una nueva protesta con ikurriñas respondía a la ocupación del PP del consistorio.
Como boa fascista espanholista, obrigou o içamento da bandeira espanhola na prefeitura, ao lado da Ikurriña - pela primeira vez desde 1977, o fim da ditadura de Franco, demonstrando o saudosismo franquista dos membros do PP -, o que causou revolta tremenda na população local que chegaram a ameaçar de morte a prefeita. Um dos moradores, Peio Olano, como vingança da prefeita, foi processado e preso por dois anos.

El vecino de Lizartza Peio Olano ha sido condenado por la Audiencia Nacional española a dos años de cárcel tras ser juzgado a raíz de la denuncia interpuesta por la ilegítima alcaldesa de esta localidad, Regina Otaola. La primera edil, del PP, acusó a Olano de proferir un «Otaola, vas a morir» en setiembre de 2007, concretamente cuando la mandataria del PP se disponía a izar la enseña española en el Consistorio lizartzarra.

Desde que assumiu, vários nacionalistas foram presos e condenados por se opor à prefeita. A democracia na espanha, vale apenas para que o PP se eleja sem legitimidade, mas não para que o povo, com legitimidade, se oponha e proteste.

O apoio que Otaola acredita afirma ter no povoado é, no mínimo, uma farsa ridícula. A fascista afirma que:

Pregunta. Usted gobierna legítimamente, pero con 27 votos en un pueblo de 600 personas. Con la mayoría del pueblo en contra...
Respuesta. A ver. Yo sé que tengo en contra a ANV. Pero el resto del pueblo ¿está en contra? Pues no lo sé. ¿Cómo saberlo, si no han tenido oportunidad de votar al resto de partidos? Claro, ellos dicen: '¡Tenéis el pueblo en contra! ¡El pueblo no os quiere!' Y yo digo: '¿Qué pueblo? ¿Vosotros 20 que gritáis e insultáis sois el pueblo?' No, el pueblo no sois vosotros.
Mas uma simples verificação nos números das eleições seguintes para o Parlamento Basco e para a União Européia deixam clara a imposição espanhola a este povoado:
Eleições autonômicas:
  • PNV: 88 votos (65,19%)
  • Aralar: 22 votos (16,30%)
  • PP: 13 votos (9,63%)
  • EA: 7 votos (5,19%)
  • PSE-EE: 3 votos (2,22%)
  • EB: 2 votos (1,48%)
  • Nulos, puxados pelos Abertzales: 205 votos! Nesta ocasião, o partido D3M estava ilegalizado.
Eleições européias:
  • Iniciativa Internacionalista: 221 votos (74,41%) Nacionalistas com ampla maioria
  • Coalizão pela Europa (PNV): 42 votos (14,14%)
  • PP: 20 votos (6,73%)
  • Aralar e EA: 9 votos (3,03%)
  • PSOE:4 votos (1,35%)
  • POSI: 1 voto (0,34%)
  • Nulos: 2 votos
  • Brancos: 1 voto
O que se vê, enfim, é a demonstração, nas urnas, da verdade, do apoio dos moradores locais. Sem dúvida, este apóio não vai para o PP.

Apenas outro exemplo de democracia de Otaola, em seu blog, numa postagem de 2007 com um número relevante de comentários, contem quantos são contra sua decisão de colocar a bandeira espanhola na prefeitura. Interessante, será que NINGUÉM foi contra sua atitude? Ou a mesma não permite que ninguém discorde de tão nobre figura? Os tempos de Franco não acabaram!
In practice, Lizartza is partly self-ruled now regardless of the official government, because the people has boycotted every single initiative of the unelected mayor Regina Otaola. All cultural activities are in fact out of the official muncipal sphere.
Mas o objetivo inicial deste artigo, depois de toda esta análise histórica, foi a de trazer a notícia absurda de que uma moradora de 61 anos foi condenada a 4 anos de prisão por supostamente roçar a Ikurriña na face de Otaola. Sim, ROÇAR a face da prefeita ilegítima.

Tanto la sentencia del Tribunal Supremo como los policías presentes confirman que ni siquiera rozó a la edil del PP con la ikurriña, pero Kontsuelo Agirrebarrena, de 61 años, tendrá que ingresar en prisión para cuatro años por protestar ante el PP en Lizartza. Según el argumento del tribunal español, «el que sabe que intimida o acomete a una persona que ejerce como autoridad tiene propósito de atentar contra la misma».
Na Espanha se é condenado por dizer a verdade e até por protestar. Até onde esta palhaçada vai continuar?

Para a Espanha, protestar significa atentar contra a autoridade, ameaçar, agredir!

«el que sabe que intimida o acomete a una persona que ejerce como autoridad tiene, por lo tanto, el propósito de atentar contra la misma».
«La acción imputada a la acusada sólo se explica por el clarísimo significado político que tuvo aquella expresión violenta de rechazo».
E depois ainda perguntam o porque da ETA! O porque da resposta à violência estatal desmedida e sem freios! Se os Abertzales tentam concorrer no jogo democrático Espanhol, são ilegalizados, se tentam sua sorte na justiça, são condenados por protestar, se falam a verdade, são presos, o que resta?
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