sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Dossiê País Basco: Breve história da repressão [Parte 2]

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Continuando a analisar a questão das Ilegalizações, Repressão e tortura no País Basco.

Título I: Ilegalizações, Repressão e tortura em Euskal Herria [Parte II]

3) Censura, Tortura e Violência contra Presos Políticos

Casos de tortura contra supostos membros da ETA são uma constante no País Basco, o desaparecimento de militantes não é incomum e, acima de tudo, a censura contra a opinião e o discurso são diários.

Apenas recentemente tivemos o caso da condenação de Marian Beitilarrangoitia, prefeita de Hernani pelo PCTV-EHAK, por ter pedido uma salva de palmas em homenagem à Igor Portu e Mattin Sarasola, presos e torturados pela polícia.

Notem, não houve qualquer menção à ETA ou à nada que a Espanha possa considerar ilegal, ou, ao menos, nada que um ser humano decente e pensante possa ligar ao terrorismo da maneira que a Espanha encara.

Beitilarrangoitia foi condenada por homenagear a dois cidadãos bascos espancados, torturados e humilhados pela polícia. Dois cidadãos nacionalistas, dois seres humanos, não importa suas associações supostas à ETA.

Melitón Manzanas, torturador franquista

Nenhuma condenação recaiu sobre PP ou PSOE pela condecoração dada à Melitón Manzanas, segunda vítima da ETA e chefe de polícia e da brigada político-social, torturador, defensor do regime Franquista e ex-colaborador da Gestapo.

Manzanas era um notório assassino, carrasco de Bascos, de Socialistas, Anarquistas ou opositores do regime de Franco. Sua morte nas mãos da ETA foi comemorada, foi justa, honesta.

Mas para o PP e o revisionismo histórico Espanhol, se foi obra da ETA então é condenável, mesmo que na luta contra um regime assassino e opressor.
"Para o Governo, que Luis Carrero Blanco, vítima de atentado da ETA, seja o nome de ruas e praças em cidades e aldeias espanholas é uma coisa normal. Que uma praça basca tenha o nome de José Miguel Beñarán Ordeñana Argala, morto num atentado perpetrado pelos serviços de segurança do Estado, é ofensivo e inaceitável.

Que alguém sorria, sem o conseguir evitar, quando recorda o nome de Angiolillo ou Argala, já basta para o tornar merecedor de prisão. É a democracia espanhola."
Para os fascistas do PP, a glória, para Beitilarrangoitia, a cadeia e a inabilitação política. A perseguição pura e simples, covarde.

Vale ainda lembrar de outro caso mais obscuro. Poucos conhecem Juan Antonio Gil Rubiales mas este policial torturou e matou o militante basco Joseba Arregi em 1981 e, por seus excelentes serviços prestados, foi nomeado comissário provincial de polícia em Santa Cruz de Tenerife por Zapatero, em 2004.

Unai Romano, brutalmente torturado nas mãos da polícia estatal

Igor Portu, Unai Romano, Manex Castro, Martxelo Otamenti (membro do Egunkaria) e Mattin Sarasola, por sua vez, foram torturados cruelmente pela política e, Jon Anza é o mais recente desaparecido político que a Espanha nega saber o paradeiro.

Unai Romano foi torturado em 2001 pela Guarda Civil e, no cúmulo do mal-caratismo típico do Estado Espanhol, este último ameaçou processar Romano por falsamente alegar ter sido torturado. Para o Estado, Romano causou a si mesmo os ferimentos.

O Tribunal Constitucional se recusou a ver o caso de Romano que, então, foi obrigado a apelar ao Tribunal de Direitos Humanos de Estrasburgo. Como pode um Estado que se declara democrático se recusar a apreciar um caso de clara tortura contra um de seus cidadãos? Se a Espanha considera (eufemismo para "obriga") os bascos cidadãos da Espanha então como pode o tribunal se recusar a apurar uma séria denúncia de tortura?

Onde está Jon?

Manex Castro foi mantido por 5 dias incomunicado - prática comum e, vejam só "legal" na Espanha, e foi torturado pela polícia. Martxelo Otamendi era membro do diário Egunkaria e, junto com outros membros do jornal foi torturado e ainda espera que a "justiça" espanhola se manifeste e já recorreu ao Tribunal de Estrasburgo.

Igor Portu, um dos casos mais recentes foi brutalmente torturado depois de ficar incomunicado nas mãos da Ertzaintza. A declaração oficial foi, também, a de que ele teria se auto-mutilado e espancado. Ao menos, neste caso, a Audiência de Gipuzkoa tenha dado prosseguimento À apuração das denúncias de tortura de Portu e Sarasola.

A condenação de episódios de tortura e a defesa destes presos e perseguidos políticos custa às organizações bascas a ilegalização e ao povo, perseguições.

Vale ainda citar Jon Anza, que "sumiu" na fronteira entre o País Basco Espanhol e Francês e a Espanha diz não saber de nada. Já são mais de 3 meses sem que sua família conheça seu paradeiro.

Juntemos ainda os recentes episódios de invasão de bares, euskal etxeas, Herriko Tabernas e afins para a retirada à força de fotos e mensagens de solidariedade aos presos políticos. Tudo com a mais comum extrema violência por parte das forças de segurança e intolerância também comuns aos governos do PSOE e PP.

Vale ainda citar que todos os presos políticos passam por um período de "incomunicação", no qual são livremente torturados e não tem qualquer direito a um advogado, ou ao mínimo respeito aos seus direitos humanos.

Igor Portu e o resultado de sua tortura

Além disso é fato comum que presos políticos Bascos sejam enviados para prisões distantes tornando impossível ou quase impossível manter o contato com sua comunidade e suas famílias.

Por fim, podemos ainda citar os ataques ao Euskera, que deixou de ser a principal língua de ensino dentro de seu próprio país.
"Miles de familias vascas perdieron el euskara como consecuencia de las multas, las amenazas y la persecución sistemática. Así las cosas, numerosos hijos e hijas de padres euskaldunes desconocen nuestro idioma como consecuencia de la marginación a la que se le sometió. Son innumerables los casos de personas que a la hora de comer o cenar ponían la radio en su ventana para que los vecinos no les denunciaran por la lengua que utilizaban en casa; multas y represalias por utilizar su idioma nativo en la calle con sus amigos; prohibición de poner nombres vascos a los recién nacidos; prohibición de utilizar nuestro idioma en los hoteles, en los registros, en las escrituras públicas e incluso en las inscripciones de las tumbas; cierres de revistas y prohibiciones de programas de radio por el mismo motivo, etcétera, etcétera."
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4) A ONU e a Amnistia Internacional: Condenações

Theo Van Boven, ex-relator da ONU contra a Tortura por diversas vezes acusou a Espanha de cotidianamente praticá-la contra a população Basca. Não foi apenas uma vez que a Espanha foi condenada por torturar, matar e humilhar o povo Basco.

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Comentários
5 Comentários

5 comentários:

sukoi-27 disse...

Gracias por hacer este trabajo desde tan lejos!! Eskerrik asko!!

Anônimo disse...

yo, como el señor sukoi, también agradezo su solidaridad, máxime teniendo en cuenta que aquí el nuevo gobierno de los golpistas vascos nos encarcela si denunciamos torturas.

mitxel

Raphael Tsavkko Garcia disse...

Gracias a ustedes por visitar el blog y comentar!

Denunciar lo que ocurre en euskal HErria és una obligación!

Anônimo disse...

Morando no país basco aprendi definitivamente que lá não é Espanha e que existem muitas injustiças e mentiras pregadas pelo governo espanhol contra este povo cheio de história, cultura e que sofre por não ter sua autonomia política e liberdade. A Espanha manipula e usurpa toda verdade ao lado da França, eles manipulam pesquisas de opnião, não permitem que as pessoas se manifestem, pois qualquer manifestação é vista como terroriismo. Muitos estão presos injustamente, simplesmente por não considerar legtíma a ação do governo. Assim como a Catalunha que também sofre essa injustiça. Quem sabe um dia poderemos ver os bascos livres para voltarem a ser uma nação linda e feliz. E viva Euskal Herria!País Basco livre!

Anônimo disse...

Derrepente me deu nojo da polícia de todos os lugares do mundo que ainda usam métodos utilizados pelos povos das civilizações mais remotas!Me fez lembrar a colonização da América os métodos espanhóis. A estupidez parece fazer parte ainda da genética.
Um povo que deveria ser civilizado, porém é ridículo e cheio de preconceitos!
Espanhóis, deixem o povo basco em paz!Deixem de ganância e reconheçam o território basco!!!
I

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