Eu parto do princípio de que não.
Mas é preciso pensar em alternativas.
A ação da PM ao prender 3 alunos que fumavam maconha foi, infelizmente, correta. Fumar maconha é crime, por mais que eu, pessoalmente, defenda a legalização das drogas. Obrigação da polícia é fazer cumprir a lei.
Agora, dado o estilo truculento da PM, dificilmente iriam fazer vista-grossa, pois sentem prazer em criar confusão e aparecer, especialmente se puderem dar porrada ou levar pra delegacia quem eles consideram "vagabundo riquinho" (basicamente qualquer universitário).
Mas concordar com a legalidade da ação policial ao prender quem fuma maconha é diferente de concordar com seus métodos. Não faço idéia do tom e da força usada pela PM para prender os rapazes, e isto pode pesar. Aliás, eu acho estúpido prender quem fuma maconha, isto não altera em anda o comportamento de nenhuma das partes, mas apenas faz o PM se sentir poderoso. Da mesma forma que muito maconheiro se acha "bozão" por achar que está contestando o mundo ao fumar.
A questão principal, porém, vai além, e passa pela própria presença ostensiva da PM dentro do campus universitário.
O campus é um lugar de contestação por natureza. Assim é a universidade. USP, PUC, não importa, universidade é um espaço de contestação, de rebeldia, de festas e, claro, de aprendizagem, mas de todo tipo de aprendizagem e não apenas aquela das salas de aula.
E fumar maconha faz parte. Beber faz parte. Contestar faz parte. Há uma clara oposição entre a lei e as práticas (oras, entra-se na universidade com 17 anos e é proibido beber até os 18, mas alguém se importa?) dentro dos muros da universidade, dentro dos limites do campus.
A presença da PM é uma provocação clara tanto da Reitoria, abertamente conservadora e ilegítima, quanto do governo, igualmente conservador. é uma forma de tentar "acalmar" os ânimos e a contestação estudantil.
E é um tiro no pé, estupidez pura. Uma provocação perigosa contra a comunidade universitária.
E não falo apenas da questão da maconha e nem apenas como forma de "proteger" os alunos da amada e odiada FFLCH, e sim de forma geral. A PM se coloca como uma força reacionária de controle social, acostumada a tratar a todos com violência e desprezo. São soldados despreparados, raivosos e sem treinamento que colocam em perigo os estudantes da USP.
Basta ver os índices de criminalidade e contar quantos são cometidos por policiais militares, com sua conivência ou seu silêncio cúmplice.
Polícia Militar não traz segurança e, no campus (me atendo só a aquele local) traz insegurança.
Blog de comentários sobre política, relações internacionais, direitos humanos, nacionalismo basco e divagações em geral... Nome descaradamente baseado no The Angry Arab
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segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Lugar de PM é no Campus?
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Postado por
Raphael Tsavkko Garcia
às
10:30
Lugar de PM é no Campus?
2011-10-31T10:30:00-02:00
Raphael Tsavkko Garcia
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domingo, 29 de maio de 2011
A Marcha da Liberdade e a diversidade nas ruas
Mais que uma manifestação, uma festa. Uma festa, porém absolutamente politizada. Ao menos 32 organizações convocaram a Marcha da Liberdade, chamado atendido por mais de 5 mil pessoas (o pessoal do movimento Fora do Eixo aponta até 10 mil presentes, não duvidaria) que foram até uma Av. Paulista gelada cantar, dançar e protestar, exigindo liberdade e o fim da censura imposta por um governo ditatorial tucano, que aparelha a justiça e impede a livre manifestação.
Mulheres, crianças, bebês, jovens, velhos, ex-guerrilheiros e até mesmo maconheiros (sim, foi uma piada) lotaram o vão do MASP ao som de muito maracatu (música pernambucana, o que deve ter feito a elite racista local se torcer de raiva) e caminharam por horas até a Praça da República, atraindo mais pessoas ao longo do caminho e recebendo o apoio de muitos que observavam dos prédios.
A polícia, depois do horror encenado pelo Choque na Marcha da Maconha, se comportou bem, apesar de um ou outro soldado, já no fim da marcha, comentar que estava "doido pra dar porrada nos maconheiros", como ouvi de um pequeno grupo que, talvez, estivesse ameaçando se rebelar do comando do Major que controlava a tropa.
Na altura do Cemitério da consolação, os manifestantes fizeram um momento de silêncio em homenagem aos ativistas da agricultura familiar e do extrativismo responsável assassinados por ruralistas no norte do país na última semana.
A marcha em si foi extremamente tranquila, tanto que já no fim da Consolação os manifestantes se sentiram seguros para gritar em favor da legalização da maconha e anunciar que muitos ali eram maconheiros.
Nenhuma reação da PM, felizmente.
Chegando já na Praça Roosevelt um pequeno momento de tensão, enquanto dois punks (me disse um PM) ou skinheads (me disse outro PM), eram presos por terem tentado invadir um carro da Globo e tentado destruir os equipamentos lá dentro, além de terem chutado e esmurrado o carro.
Surpreendentemente, a reação da PM foi a de não espancar nem os dois e nem os demais manifestantes. Um dos dois se recusava a ser preso e, dada a presença da mídia, não apanhou até ser convencido a entrar no carro e ser levado para a delegacia.
Claro que não é possível se iludir e achar que o comportamento da PM se deve (ou se deveu) a qualquer tipo de decência ou boa vontade e sim de possíveis ordens vindas de cima. Depois da violência absurda na Marcha da Maconha, em que até os veículos mais reacionários - como a Folha de São Paulo - foram forçados a mostrar a realidade depois de jornalistas terem também sido atacados, o governador talvez tenha sentido que outro episódio violento poderia prejudicar sua imagem.
Após este momento de tensão o carro da Globo foi escoltado por diversas motos da PM enquanto os manifestantes gritavam exigindo que a equipe fosse embora. Após isto a marcha seguiu sem maiores problemas até sua dispersão, pouco depois das 19h.
Ao longo de toda a marcha, muitos pedidos de liberdade de expressão, o que seria de se esperar, mas também um uníssono repúdio à aprovação do Código Florestal e ao cancelamento da distribuição do Kit Anti-Homofobia, além de vários momentos em que os presentes exigiam o fim do uso indiscriminado das chamadas armas não-letais, que podem sim matar e que são usadas como instrumentos de tortura por parte das forças policiais.
Apesar do sucesso da Marcha, é difícil ter uma noção de seus resultados práticos. Vivemos em um estado que nem de longe é de direito. Em nível federal temos um governo que não vê problemas em vender suas bandeiras, rifar movimentos e fazer acordos com Marginais da Fé e outros tipos de criminosos e, em São Paulo, temos um verdadeiro estado fascista, com uma justiça à mando dos poderosos e um prefeito sempre pronto a mandar espancar qualquer trabalhador, estudante ou pessoa em situação precária, vítima de suas políticas.
A mobilização juntou pessoas de todos os tipos e militância, mesmo algumas que pareciam "perdidas", talvez em sua primeira grande manifestação, e ao menos demonstramos alguma força e conseguimos sensibilizar uma boa quantidade de pessoas. É continuar a mobilização e tentar colher frutos.
Mais fotos no Flickr.
Vídeos da Marcha:
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Mais posts sobre a Marcha, com fotos:
Blog do Sakamoto - A Marcha da Liberdade ocorreu e não doeu a ninguém
Maria da Penha Neles - Fotos da Marcha da Liberdade
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Mulheres, crianças, bebês, jovens, velhos, ex-guerrilheiros e até mesmo maconheiros (sim, foi uma piada) lotaram o vão do MASP ao som de muito maracatu (música pernambucana, o que deve ter feito a elite racista local se torcer de raiva) e caminharam por horas até a Praça da República, atraindo mais pessoas ao longo do caminho e recebendo o apoio de muitos que observavam dos prédios.
A polícia, depois do horror encenado pelo Choque na Marcha da Maconha, se comportou bem, apesar de um ou outro soldado, já no fim da marcha, comentar que estava "doido pra dar porrada nos maconheiros", como ouvi de um pequeno grupo que, talvez, estivesse ameaçando se rebelar do comando do Major que controlava a tropa.
Na altura do Cemitério da consolação, os manifestantes fizeram um momento de silêncio em homenagem aos ativistas da agricultura familiar e do extrativismo responsável assassinados por ruralistas no norte do país na última semana.
Foi o Aldo Rebelo? |
A marcha em si foi extremamente tranquila, tanto que já no fim da Consolação os manifestantes se sentiram seguros para gritar em favor da legalização da maconha e anunciar que muitos ali eram maconheiros.
Nenhuma reação da PM, felizmente.
Chegando já na Praça Roosevelt um pequeno momento de tensão, enquanto dois punks (me disse um PM) ou skinheads (me disse outro PM), eram presos por terem tentado invadir um carro da Globo e tentado destruir os equipamentos lá dentro, além de terem chutado e esmurrado o carro.
Surpreendentemente, a reação da PM foi a de não espancar nem os dois e nem os demais manifestantes. Um dos dois se recusava a ser preso e, dada a presença da mídia, não apanhou até ser convencido a entrar no carro e ser levado para a delegacia.
Claro que não é possível se iludir e achar que o comportamento da PM se deve (ou se deveu) a qualquer tipo de decência ou boa vontade e sim de possíveis ordens vindas de cima. Depois da violência absurda na Marcha da Maconha, em que até os veículos mais reacionários - como a Folha de São Paulo - foram forçados a mostrar a realidade depois de jornalistas terem também sido atacados, o governador talvez tenha sentido que outro episódio violento poderia prejudicar sua imagem.
Após este momento de tensão o carro da Globo foi escoltado por diversas motos da PM enquanto os manifestantes gritavam exigindo que a equipe fosse embora. Após isto a marcha seguiu sem maiores problemas até sua dispersão, pouco depois das 19h.
Falha de São Paulo: Frente |
Falha de São Paulo: Verso |
Ao longo de toda a marcha, muitos pedidos de liberdade de expressão, o que seria de se esperar, mas também um uníssono repúdio à aprovação do Código Florestal e ao cancelamento da distribuição do Kit Anti-Homofobia, além de vários momentos em que os presentes exigiam o fim do uso indiscriminado das chamadas armas não-letais, que podem sim matar e que são usadas como instrumentos de tortura por parte das forças policiais.
Apesar do sucesso da Marcha, é difícil ter uma noção de seus resultados práticos. Vivemos em um estado que nem de longe é de direito. Em nível federal temos um governo que não vê problemas em vender suas bandeiras, rifar movimentos e fazer acordos com Marginais da Fé e outros tipos de criminosos e, em São Paulo, temos um verdadeiro estado fascista, com uma justiça à mando dos poderosos e um prefeito sempre pronto a mandar espancar qualquer trabalhador, estudante ou pessoa em situação precária, vítima de suas políticas.
A mobilização juntou pessoas de todos os tipos e militância, mesmo algumas que pareciam "perdidas", talvez em sua primeira grande manifestação, e ao menos demonstramos alguma força e conseguimos sensibilizar uma boa quantidade de pessoas. É continuar a mobilização e tentar colher frutos.
Mais fotos no Flickr.
Vídeos da Marcha:
Mais posts sobre a Marcha, com fotos:
Blog do Sakamoto - A Marcha da Liberdade ocorreu e não doeu a ninguém
Maria da Penha Neles - Fotos da Marcha da Liberdade
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Postado por
Raphael Tsavkko Garcia
às
13:30
A Marcha da Liberdade e a diversidade nas ruas
2011-05-29T13:30:00-03:00
Raphael Tsavkko Garcia
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sexta-feira, 27 de maio de 2011
Blog do Tsavkko apoia a #MarchaDaLiberdade de Expressão
Do blog do Coletivo DAR:
Sábado, tarde do dia 21 de maio, Avenida Paulista:
Quando a tropa de choque bateu nos escudos e, em coro, gritou CHOQUE! a Marcha pela Liberdade de Expressão do último sábado se tornou muito maior. Não em número de pessoas, mas em importância, em significado.
Foram liminares, tiros, estilhaços, cacetadas, gases e prisões sem sentido. Um ataque direto, cru, registrado por centenas de câmeras, corpos e corações. Muita gente acha que maconheiros foram reprimidos.
Engano…
Naquele 21 de maio, houve uma única vítima: a liberdade de todos.
E é por ela que convocamos você a aparecer no Vão Livre do MASP, sábado que vem, dia 28, às 14hs.
Não somos uma organização. Não somos um partido. Não somos virtuais.
Somos uma rede. Somos REAIS. Conectados, abertos, interdependentes, transversais, digitais e de carne e osso.
Não temos cartilhas. Não temos armas, nem ódio.
Não respondemos à autoridade. Respondemos aos nossos sonhos, nossas consciências e corações.
Temos poucas certezas. E uma crença: de que a liberdade é uma obra em eterna construção.
E que a liberdade de expressão é o chão onde todas as outras liberdades serão erguidas:
De credo, de assembléia, de amor, de posições políticas, de orientações sexuais, de cognição, de ir e vir… e de resistir.
E é por isso que convocamos qualquer um que tenha uma razão para marchar, que se junte a nós no sábado para a primeira #MarchadaLiberdade.
Ciclistas, peçam a legalização da maconha… Maconheiros, tragam uma bandeira de arco-íris… Gays, gritem pelas florestas… Ambientalistas, tragam instrumentos… Artistas de rua, falem em nome dos animais… Vegetarianos, façam um churrasco diferenciado… Moradores de Higienópolis, venham de bicicleta… Somos todos cadeirantes, pedestres, motoristas, estudantes, trabalhadores… Somos todos idosos, pretos, travestis… Somos todos nordestinos, bolivianos, paulistanos, vira-latas.
E somos livres!
Em casa, somos poucos.Sábado, dia 28 de maio, 14hs, no vão do MASP, começa a 1ª Marcha da Liberdade.
Juntos, somos todos. E essa cidade é nossa!>
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Postado por
Raphael Tsavkko Garcia
às
16:30
Blog do Tsavkko apoia a #MarchaDaLiberdade de Expressão
2011-05-27T16:30:00-03:00
Raphael Tsavkko Garcia
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