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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O aniversário de 457 anos da cidade de São Paulo: Sentimentos diversos

Nos 457 anos da cidade de São Paulo, comemorados em 25 de janeiro, os sentimentos dos paulistanos se dividem entre aqueles que apenas sentem-se felizes em ter nascido ou em viver na cidade, parabenizando-a por seu aniversário, e aqueles que preferem apontar para as desigualdades e problemas da cidade que, a cada ano, parecem piorar ou, ao menos, continuar sem solução.

A cidade de São Paulo, capital do estado de mesmo nome, foi fundada em 1554 com a construção de um colégio jesuíta, por 12 padres no alto de uma colina. No dia 25 de janeiro, data da fundação do colégio e consequentemente da cidade, se celebra a conversão de Paulo de Tarso ao cristianismo.
Sobre a fundação, Hugo Albuquerque, no Descurvo, acrescenta:
São Paulo é uma das raras cidades da História cuja fundação se deveu à edificação de uma escola - que servia, por sua vez, ao projeto jesuíta, isto é: À expansão do império católico pelos confins do planeta.
Paula Elias (@Paulacracia) se declara apaixonada pela cidade e tuita:
@Paulacracia: feliz aniversário, São Paulo! sou completamente apaixonada por você! muito orgulho de ser paulistana!
Rogerio Oliveira (@Rogerio_ativ) sente orgulho por sua família ter uma longa ligação com a cidade:
@Rogerio_ativ: Parabéns #sp457anos ,minha cidade, meu orgulho, num mundo tão grande tenho muita sorte de minha família ter nascido aqui à 5 gerações
Amanda (@mandyfurlan) acredita que São Paulo é um orgulho para o Brasil:
@mandyfurlan: Parabéns, Sampa! Terra da garoa, amo muito! #sp457anos de muito orgulho para o Brasil!
"Sampa" é a forma carinhosa pela qual os paulistanos chamam a cidade.
Mesmo aqueles que não nasceram na cidade e moram ha apenas pouco tempo nela a parabenizaram, como @gutolobato, que nasceu em Belém do Pará, que tuíta:
@gutolobato: Parabéns, cidade louca de todos os brasileiros #sp457anos
Outros, porém, preferiram aproveitar o aniversário da cidade para trabalhar e fazer algo em prol da cidade, como Miguel Nicolelis (@MiguelNicolelis):
@MiguelNicolelis: Em homenagem a Sampa, estou trabalhando a toda! Hoje nao devia ser feriando em SP! Hoje todos deviam fazer algo em prol de Sampa
Marco Ferreira (@Marcopsol) reclama dos problemas da cidade, mas prefere tirar o dia para festejar:
@Marcopsol: Hoje é niver de SP, a cidade tá maus? É injusta? O kassab é 1 "#$%*@"? Então, tem + 364 dias pra brigar por melhorias. Hoje é festa!!!
Leonardo Sakamoto (@blogdosakamoto), no Twitter e em seu blog, comenta sobre as injustiças da cidade que, apesar de tudo, ele ama:
Amo São Paulo e, por isso mesmo, sinto um aperto no peito. Como posso gostar de um lugar onde o povo não aprendeu a ser cidadão, onde os eleitos se furtam a cuidar da pólis, que pensa que só porque é maior e mais rico é melhor do que o resto do país, que insiste em se afirmar como reserva moral e guia econômico dos outros estados, que acredita piamente ter sido incumbido de uma missão divina de guiar o Brasil para o seu futuro, que tem colo lema que ostenta a sua bandeira “Non Ducor Duco” (Não sou conduzido, conduzo)? Uma cidade que joga para longe os pobres, traz para perto os endinheirados, bate na sua população de rua, espanca homossexuais e ainda reclama da selvageria que ocorre além de Queluz?
[...]
Se houve melhora na maneira como a administração municipal trata os mais humildes, isso se deve à sua própria mobilização, pressão e luta e não a bondades de supostos iluminados ou da esmola das classes mais abastadas.
E ele finaliza, com esperança:
Baseado nisso, eu que não sou pessimista, mas realista, neste 25 de janeiro me encho de forças não sei de onde e peço para acreditarmos em São Paulo, uma vez que a semente da mudança que vai conduzi-la para um lugar melhor, mais justo, está dentro dela mesma.
Novamente, Hugo Albuquerque, fala de sua São Paulo:
São Paulo foi a estandarte de tempos outros, quando se apresentava como modelo para a modernização nacional - numa época em que o moderno ainda era tão sedutor e a nação ainda estava adormecida -, enquanto hoje, procura seu lugar no novo Brasil. A minha São Paulo é aquela que apesar de tudo isso, ainda carrega as sementes de um cosmopolitismo verdadeiro, cujo cultivo pode ser delicado e difícil, mas caso vingue, valerá a pena.
José Chrispiniano escreve em seu blog sobre "10 temas para sonhar/construir uma São Paulo melhor", enquanto Lino Bocchini, da Falha de São Paulo, diz que "São Paulo não é firma" e pede maior responsabilidade e comprometimento do poder público com a cidade.
Avelina Martinez (@LaPasionaria) tuíta o vídeo da música de um dos mais famosos compositores de São Paulo, Adoniram Barbosa, samba conhecido e cantado por todo o país:
@LaPasionaria: No aniversário de SP o melhor é ver as Mariposas dando volta em volta da lampida, : http://www.youtube.com/watch?v=MVLvjp1r3Aw
Cynara Menezes (cynaramenezes) faz uma brincadeira com lugares famosos de São Paulo:
@cynaramenezes: o casamento é igual à avenida paulista: começa no paraíso e termina na consolação. #sampa457
E, finalmente, Carlos Emilio (@carlosemilio) homenageia a cidade com uma poesia:
@carlosemilio: Sāo Paulo, em cada um dos teus cruzamentos miscigenam-se sangues, dores, temores - e, no eixo de todos, os nossos amores.
A hashtag #sp457anos foi usada durante todo o dia para recolher as milhares de mensagens sobre e para São Paulo.
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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Dilúvio Pós-Kassab continua...

Parece até profético, mas em 8 de dezembro de 2009 eu escrevi um post denunciando o descaso da prefeitura e do governo do Estado com as constantes enchentes e alagamentos na cidade.

São 40, 50, 60 pontos de alagamento, vias intransitáveis, lixo se espalhando - lembremo-nos sempre que Kassab tem, como esporte, cortar verba de coleta de lixo - e não raro temos pessoas perdendo casas para, depois, serem brutalizadas e violentadas pela polícia e pela Guarda Civil quando resolvem protestar e se revoltar.

Entra ano, sai ano, a coisa continua a mesma ou piora. Às vezes a máfia DemoTucana decide ainda alagar propositadamente áreas pobres da cidade, para fazer bonito às elites que trafegam pelas principais vias.

Em São Paulo a única coisa que melhora é o salário do prefeito e de seus secretários.

Escrevi ano passado:
Mais uma vez São Paulo se torna uma cidade submersa. São mais de 63 pontos de alagamento na cidade, que virou um rio só. Pelo Twitter, o @SPMetropole informa que Kassab, num rompante de bondade, não irá cobrar as multas de quem não respeitou o rodízio. Faz sentido, nunca vi barco participar de rodízio. Porque hoje um carro que tente atravessar a Marginal tem que flutuar e ter motor de popa.

Este mesmo "prefeito", este palhaço do DEMO, teve a cara de pau de anunciar na TV que o problema não era o lixo. Choveu DEMAIS! Realmente, talvez não seja o lixo acumulado pela falta de verbas, pela contenção de mais de 4 bilhões do nosso dinheiro para deus sabe o que - propina, corrupção... bem, nada comum ao Demo -, o problema real é o lixo que temos na prefeitura, sub-prefeituras e assembléia legislativa.

@Fangelico, via twitter, é certeiro:
"SP de Kassab: R$ 126 milhões p/ publicidade; R$ 25 milhões p/ obras e gerenciamento de áreas de risco http://bit.ly/5v7SRP Culpa da chuva"
Mega investimento na imagem do cana... prefeito, que está na lama e nada para realmente resolver algum problema na cidade.
E, mudando a data, temos um quadro absurdamente semelhante.

O que impressiona, aliás (apenas uma figura de linguagem, claro) é o nível do jornalismo (sic) da Folha ao relatar os alagamentos. Nem uma palavra sequer dirigida ao verdadeiro (i)responsável: Kassab. Ou melhor, Aquassab.

A culpa deve ser da chuva. E só dela.
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sábado, 10 de abril de 2010

Chuvas, favelas e a culpa do pobre... Resistência?

De um comentário que fiz no blog Acerto de Contas sobre de quem seria a culpa pelas enchentes, mortes e destruições no rio, me veio a idéia para este post.
A pergunta que ninguém faz é "porque os pobres foram morar em áreas de risco"? Porque foram morar em "prédios" de 3, 4 andares sem nenhum estrutura em áreas de risco?

A elite cansada vai dizer que são vagabundos, nordestinos ou paraíbas inúteis... Os mesmos inúteis que não querem ser expulsos para os confins da cidade ou para a Baixada e que limpam as casas dos grã-finos, da elite...

Os pobres foram expulsos dos centros de todas as cidades, são expulsos para os confins, para os extremos...

No Rio alguns resistem, moram em favelas do lado da Lagoa, de Ipanema, resistem. Vivem em situação péssima mas não foram expulsos, mesmo com todas as ameaças...

Não há um plano de urbanização no Rio e em nenhuma cidade do país. Os pobres devem ser expulsos ou então que a água os leve quando ficarem.

A culpa é do poder público.

Aliás, em São Paulo é ainda mais engraçado, mesmo nos extremos a população pobre ainda é expulsa e ameaçada, vide Parque Cocaia, Jardim Pantanal e etc... Basta haver um interesse imobiliário que o poder público logo se encarrega de expulsá-los, mesmo que criando enchentes...
O post merece ser analisado em seus pontos principais:
Morei 4 anos no Rio de Janeiro, e quando vi os morros pela primeira vez já pensei que aquilo estava a um passo da tragédia. Muitas residências irregulares (de pobres e de ricos também) são construídas nos morros íngremes sem o menor controle. Qualquer um fica impressionado com o risco das construções.

O pobre é forçado a ir para o morro, resiste à expulsão, à ser enviado para os extremos. O rico molha a mão do fiscal, tem contatos na prefeitura, não é molestado. Uma capa de O Globo me chamou à atenção no auge da tragédia carioca e fluminense: Uma foto com um lado a Lagoa alagada e do outro um barranco de uma favela. Me pergunto se o prefeito/governador fosse outro que não aliados do governo federal a manchete seria a mesma e tanto se falaria e, segundo, se a Lagoa não tivesse sido tão afetada (e o Humaitá, Jardim Botânico e demais bairros da elite) se os jornais publicariam tanto e com tanto afinco a tragédia.


Me recordo ainda de Angra. Mortos foram vários, a tragédia era extensa, mas no Fantástico e em demais jornais e programas globais ou não, o que mais se falava eram das vítimas da pousada que foi engolida pela lama e pedras. Era a elite, nossos semelhantes (sic) morrendo. Os pobres que ficassem na segunda página.
 Voltando ao comentário do post do Acerto de Contas, de fato, as construções impressionam. Prédios de 3, 4 andares sem qualquer tipo de estrutura. Terrível mas... porque isto existe?

Nesta desgraça urbana que se tornou o Rio de Janeiro todos são culpados: os Governos que não fiscalizam e não retiram as famílias das áreas (mesmo que a força), da população que constrói a margem do poder público, do resto da população que não exigiu a organização urbana de seus representantes, e da imprensa que só se lembra de cobrar quando as tragédias acontecem.
É muito fácil dizer que "todos" são culpados. De forma igual. Rezar a cartilha da expulsão forçada é ainda mais fácil. Ninguém mora em área de risco porque quer. Mora porque é onde pode, onde conseguiu um canto.

Modus operandi típico do poder público é o de expulsar para as zonas extremas - em São Paulo mesmo de lá famílias são assediadas e expulsas -, locais com transporte precário ou sem transporte algum, a horas do trabalho da população, em áreas sem qualquer condição de vida decente. É viver em uma área de risco - mas com acesso à tudo - ou ir para o fim do mundo e penar diariamente para chegar a algum lugar.

Não é uma escolha fácil. A elite não precisa fazê-la.

Se observarmos no vídeo acima, muitas residências são verdadeiros prédios de 3 andares sem que um engenheiro chegasse perto. São obras prontas para uma catástrofe.
De fato... Mas algum engenheiro iria ali? O poder público não quer urbanizar uma favela no Leblom, em Ipanema, na Lagoa nem em qualquer bairro chique. Por lá não vai engenheiro, só um vereador ou deputado que promete em troca de votos mundos e fundos. É a indústria de promessas da favela. De uma rua asfaltada, de um gato, de um favor, um botijão de gás e o voto em troca. Nem entro na questão das milícias e tráfico pois me extenderia demais. A lógica, porém, é a mesma.

O poder público abandona. Permite a construção ilegal, não dá assistência, engenharia, quer expulsar e sofre resistência da população do local, deixa pra lá ao ver que pode conseguir alguns votos e quando vem a tragédia acusa o pobre de ter ido porque quis à uma área de risco e de ter construído sem qualquer amparo técnico um verdadeiro edifício.

A questão, aliás, não é nova. Os morros não nasceram hoje e nem porque pobre é vagabundo que quer morar em área de risco. Vem dos cortiços, do começo do século XX. Os pobres viviam em cortiços no centro, a elite torcia o nariz. Foram destruídos e o pobre teve de se arrumar. Era ir para o fim do mundo ou construir um barraco perto, sem apoio algum, à própria sorte.
Lógico que todos se sensibilizam com a situação de famílias sem moradia, mas em um país que se pensa ser decente, essa situação é inaceitável. Em décadas, a única remoção bem sucedida foi feita na favela da Lagoa (que antes eram palafitas), para o Conjunto São Sebastião, construído no Leblon e planejado por Dom Helder Câmara. 
Pena que o poder público raramente toma estas iniciativas. Hoje é possível que os moradores de uma favela central fossem deslocados para o extremo da Zona Oeste. E ainda teriam de pagar pelas casas ali construídas! Como se não tivessem pago pelas que habitavam antes da expulsão.

Quando tragédias como essa acontecem simplesmente desaparecem os ongueiros e políticos oportunistas que são contra a remoção compulsória de casas em favelas em áreas de risco. Desaparecem como fumaça. Em nenhum país desenvolvido construções como essa são permitidas. Pode-se ver pessoas morando em carros e abrigos, mas nunca desse jeito.
No primeiro mundo talvez não. No nosso terceiro mundo existem exemplos ainda piores.

Enfim, temos um problema generalizado e de dificil solução. O povo nas favelas resiste, é sua comunidade. Vivem em áreas de risco e não querem ser removidos para longe dos olhos da elite. O poder público se imobiliza e a catástrofe acontece e, desta vez, as proporções foram avassaladoras.

O deputado Brizola Neto, citado por Rodrigo Vianna deixa claro:
Para começar, é inútil. Onde o prefeito acha que estas pessoas, com o dinheiro curto da indenização, vão arranjar algo para morar? Em outras favelas da região, é claro. E, novamente, em áreas de risco. Não haverá perigo nos Prazeres, mas haverá muito mais na Fallet, no Fogueteiro, no Escondidinho, na Coroa, no São Carlos, na Santa Alexandrina, etc, etc, etc…
[...]
O prefeito tem de anunciar projetos que sejam equilibrados, exequíves, humanos e legalmente viáveis. Ele, mais do que ninguém, sabe que a Lei Orgânica do Município veda remoções, permitindo reassentamentos de quem vive em área de risco, mas condicionado à oferta de nova moradia, preferencialmente próximo ao local onde reside. Removerssem isso, no tranco, vai inevitavelmente esbarrar, além da resistência dos moradores, no Judiciário. Aí, no próximo desastre, bota-se a culpa em quem?
[...]
Aí está, senhor prefeito, uma modesta sugestão deste blogueiro para que o senhor faça um plano de realocação que o deixe dormir tranquilo no próximo verão e que não tire o sono de pessoas que não tem quase nada, senão sua casinha humilde.
Ninguém morando em áreas de risco; todos morando segura e decentemente, bem pertinho, sem traumas. O que se vai gastar em indenização, gaste-se em desapropriações na parte plana.
O jornal O Globo publicou fotos de mansões ameaçadas pelos deslizamentos de terra. E a gente fica penalizado de ver também. Mas ali haverá contenção, muros de arrimo, um série de soluções mais complexas do que um simples “toma dez mil réis e some” com que se quer tratar os pobres.

Em são Paulo não é muito diferente. Não temos morros e favelas como no Rio, mas temos população paupérrima em Paraisópolis, Heliópolis que não está lá porque acha uma maravilha, mas porque é isto ou ir para o extremo sul, o extremo leste, ser expulso para locais de difícil acesso pelo poder público que pouco se importa.

O centro de são Paulo vem sendo higienizado, a população expulsa. É a maneira de agir do poder público em qualquer lugar. Pobre é apenas um estorvo que deve ser realocado sempre que os interesses surgem. A assim vão vivendo... e morrendo.

No YouPode, mais informação interessante:
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que usará até o recurso da força para retirar pessoas que se encontram em áreas de risco depois das fortes chuvas que mataram quase 200 pessoas em todo o estado. Segundo ele, depois de notificados pela defesa civil, os moradores que se recusarem a sair serão retirados pela polícia. Paes não explicou onde a população atingida ficará temporariamente e nem em definitivo.
As vítimas, como se tivessem outra escolha de moradia, têm sido chamadas das irresponsáveis pelas autoridades. A decisão de Paes ocorre no mesmo dia em em que a Anistia Internacional divulga um relatório mostrando que o governo Bush, nos Estados Unidos, violou duramente os direitos dos mais pobres após o furacão Katrina, em Nova Orleans, com 1.800 mortos.
 Lá, as pessoas foram removidas, tiveram suas casas demolidas, não puderam (por ação da polícia) voltar para a reconstrução e não receberam alternativa e ajuda do governo. (Leia em espanhol).
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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ato dos Alagados na prefeitura e barbárie policial

Tudo que poderia ser dito, a Maria Frô já disse em seu post, um dos melhores que já li até hoje. Maurício Caleiro também fez excelente post, mais geral, sobre o episódio.

Logo, cabe à mim a ingrata missão de escrever sobre o mesmo assunto mas trazendo algo novo. Pois bem, limitar-me-ei a postar algumas fotos e os vídeos do protesto, desde o momento em que a barbárie policial teve início, passando pelos discursos dos políticos presentes e do povo.

Por fim, faço uma convocatória à todos para que nesta Sexta, véspera de carnaval, compareçam novamente à Prefeitura para apoiar o movimento que mais uma vez se reunirá para protestar! Desta vez espera-se a presença do poste de Serra, vulgo Kassab, para negociar uma solução para o genocídio que ocorre na Zona Leste.

O que fica de toda esta história é a certeza de que o ano eleitoral não só começou, como também a guerra. Os maiores perdedores - como sempre - são o povo, especialmente o povo humilde e em situação de risco.




Em São Paulo Serra e Kassab fecharam albergues, criminalizaram mendigos, espalharam a Cracolândia, deixaram a cidade no lixo e debaixo d'água, acentuaram a política de enfrentamento com os movimento sociais, retiveram dinheiro para investimentos em setores essenciais, praticaram sanitarismo com a população.... E muito mais! Me limito a alencar apenas alguns poucos fatos da dura realidade enfrentada pelos paulistas e paulistanos sob o governo (sic) DemoTucano.

Agora sequer tentam esconder a face ditatorial e partem para cima covardemente de mulheres, crianças, gente humilde e que vem sofrendo ha meses do descaso governamental. À luz do dia, com a conivência da mídia manipuladora e com o apoio dos marginais uniformizados, desceram o cassetete e lavaram com pimenta a população que pacificamente se manifestava.

Vejam a aglomeração inicial, todos protestando de forma pacífica e democrática.


Algumas das faixas empunhadas pelos manifestantes que eram não só da Zona Leste mas também do extremo da Zona Sul.
A reivindicação principal, que uma casa valha outra e não um cheque-despejo de 2 mil reais.
Mais demandas populares. O direito de serem ouvidos. Obviamente, nem Serra e nem Kassab estavam presentes
Povo grita palavras de ordem contra o governo (sic):




Quantidade absurda de policiamento para "enfrentar" moradores humildes de São Paulo, pessoas que perderam tudo e não são um perigo à nada nem a ninguém.




Presença de políticos como a dos Deputados Federais Ivan Valente (PSOL) e Paulo Teixeira (PT) e do Senador Eduardo Suplicy.








O criminoso, o Major responsável pela barbárie que ainda teve a coragem de, depois, negar ter usado pimenta e violência contra os manifestantes, ao lado de policial com arma simplesmente desproporcinal para o ato.
Brincadeira estúpida de Guarda Civil dos mais violentos para não ser fotografado. Cara de criminoso merece ser conehcida! Ora de capacete;
Ora virando a cara;
Até desistir da "brincadeira".
 



Discurso do Deputado Federal Paulo Teixeira depois de se reunir com secretário do prefeito Kassab

Batuque das crianças e jovens da Zona Leste.



Homenagem ao poste (Kassab).
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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Este é o governo de Serra e de seu poste, Kassab: Barbárie e covardia!

Foto do G1. O senhor de camisa verde listrada é o vereador Zelão, primeira vítima da violência

Violência. Franca repressão. Abuso de poder e de força. Intimidação.

Frases que definem o governo Serra e o governo Kassab. E, por governo, estou exercendo máxima tolerância!

Fui banhado por gás de pimenta. Eu e dezenas de pessoas que participavam do justo ato por dignidade, por respeito e por uma solução para os alagamentos na Zona Leste. Mais de 300 manifestantes, em sua maioria humildes moradores do Jd. Romano, Jd. Pantanal, Jd. Helena e região, há mais de 2 meses debaixo d'água, convivendo com leptospirose, dengue e outras doenças. Alguns inclusive morrendo.

E a ação da prefeitura, do poste de Serra? Um cheque-despejo de 2 mil reais. E, quando o povo protesta em revolta, violência policial.

Amanhã escreverei um post com vídeos e imagens do protesto, mas por hoje fica a revolta do absurdo!

Raras vezes vi uma ação tão criminosa. Não só o povo e jornalistas foram vítimas da violência da Guarda Civil e da PM, mas também políticos! O Deputado Zarattini e o Vereador Zelão também foram vítimas da polícia e da Guarda, o Zelão levou o pior e chegou a levar porrada de cacetete!
Foto Uol

A @Maria_Fro estava lá e ficou queimada com o Spray de Pimenta. Eu levei muito spray na cara e nos braços, que estão muito vermelhos e ainda recebi uma pancada de cacetete na orelha, sorte que passou mais de raspão do que acertou. Se pega na cabeça eu seria um blogueiro morto.

Neste ponto é preciso agradecer ao Deputado Paulo Teixeira que conseguiu, depois de quase apanhar, conter a ação criminosa dos policiais e também ao Deputado Ivan Valente e ao Senador Suplicy, que também fizeram o possível para permitir a criação de uma comissão para entrar na Prefeitura.
 
Eram mais de 70 policiais "protegendo" o prefeito ausente.

Vale notar, nenhum deputado, vereador ou político sequer DemoTucano. Estes torciam para o povo apanhar. Presentes conosco estavam PSOL, PC e PCdoB.

As principais vítimas da ação da PM foram o povo pobre e humilde da Zona Leste que nada fazia além de empunhar cartazes, qualquer um que estivesse com uma câmera na mão, pra não permitir rastros de sua ação criminosa, e os que deveriam formar a comissão para discutir com o Poste que, obviamente, não estava na prefeitura, falou-se com o Secretário do mesmo.

Vejam só a cara de alegria dos PM's depois de espancar o povo.







Serra e Kassab chegaram ao ponto máximo da covardia. Mandar a polícia espancar os alagados é o cúmulo da crueldade. E é isto que nos espera caso estes crápulas continuem no poder. Apenas para ilustrar, uma garota que se limitava a empunhar um cartaz com os corretos dizeres "Serra e Kassab Assassinos" engoliu tanto spray de pimenta que chegou a passar mal e vomitar. O cartaz dela se tornou laranja.

Apenas uma mostra das queimaduras e alergia causadas pela piment, fora a pancada de cassetete que levei na orelha e o raspão de outro que me arranhou a bochecha:



Serra e Kassab precisam ser parados! Este desgoverno que violenta o povo de forma absurda!

As palavras do vereador - agredido - Zelão dizem tudo:
"- Me acertaram duas pauladas. Queriam me acertar na cara, mas eu segurei. Parece que sentem prazer em agredir - contou Zelão, depois de ser medicado no serviço médico da Câmara de Vereadores e voltar à manifestação com um enorme curativo no braço."
Não parece, sentem! Ao fim da violência vários PM's abriram largos sorrisos e conversaram entre si, se vangloriando.
Guarda Civil que tentou se esconder das minha fotos baixando o capacete e quem me acertou com o cassetete e com a pimenta

Do Vi o Mundo, a declaração da @Maria_Fro e do Leonardo Fuhrmann, coletadas pela Conceição Lemes:
Uma grade separava os manifestantes da sede da Prefeitura. Como havia uma brecha, as pessoas foram entrando. A PM, para aumentar a área de proteção do prédio , resolveu fechá-la e empurrar a grade, para afastar mais os manifestantes”, relata o jornalista Leonardo Fuhrmann. “As pessoas já estavam recuando. Aí, começou  uma  discussão tremenda. A PM partiu para a porrada: desceu o cassetete e lançou spray de gás pimenta a torto e a direito.”
“De repente a PM partiu com tudo para cima da gente”, reforça a historiadora e blogueira Conceição Oliveira. “O povo totalmente desarmado. No meio havia crianças, idosos. Foi uma verdadeira barbárie. Uma prova de que o poder público está devendo mesmo.”
“O Simão Pedro [deputado estadual do PT] e Carlos Zaratini [deputado federal do PT] tentaram conversar com a PM”, acrescenta Leonardo. “A policia não deu a menor bola, ainda jogou gás pimenta na cara deles”
O mesmo aconteceu com os vereadores Jamil Murad (PCdoB) e Zelão (PT) e muitos manifestantes. Conceição e Leonardo, que estavam ali como cidadãos,  filmando e fotogrando o ato, também sofreram na pele os efeitos do gás pimenta.
“Jogarão em cima de mim. Parece queimadura de panela. Pegou o meu braço, o meu olho”, conta Conceição. “Não havia água no local. Uma pessoa teve de me ajudar a ir até uma farmácia para comprar água e uma pasta d’água pra ver se aliviava. Comecei a vomitar, não enxergava nada.”
“Eu tomei gás pimenta direto na cara”, observa Leonardo. “Além de arder demais, fiquei sem enxergar. A vista ficou embaçada até agora.”
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Manifestação Contra Aumento da Tarifa HOJE! E Mais ações.

Hoje é o dia de mais uma manifestação contra o aumento da Tarifa de ônibus.

Manifestação Contra o Aumento da Tarifa do Ônibus!!!

Quinta, 04.02.10

Concetração – 16h30   Saída – 17h30

Teatro Municipal (São Paulo) – Próx. ao Metrô Anhangabaú

Mas, para além da manifestação, é interessante mostrar o que o pessoal do movimento @Barraroaumento vem fazendo além da organização dos protestos.

Eles estão indo em pontos de ônibus com panfletos conversar com a população, conscientizar, mostrar o abuso do qual somos vítimas.

Aplaudo a iniciativa e espero que esta cresça e se espalhe!

Vejam o panfleto que estão distribuindo:


Texto da imagem:

DIGA NÃO ÀS ENCHENTES E AOS AUMENTOS NO TRANSPORTE
Começamos o ano com muitas surpresas do prefeito Kassab e do governador Serra: a tarifa do ônibus aumentou para R$2,70; foi também anunciado para dentro em breve o aumento para CPTM, Metrô e ônibus da EMTU; além do caos provocado pelo descaso do poder público com os alagamentos que se multiplicam pela cidade.
No corre-corre do dia-a-dia de conseguir chegar ao trabalho no horário, de arrumar uma maneira de voltar para casa no meio da cidade parada pelo trânsito, ou mesmo de lutar para permanecer na casa em que se vive há tantos anos, podemos não nos dar conta do quanto esses problemas têm ligação.
Por que a tarifa aumenta? Todos nós sabemos que pagar pelo transporte coletivo é um grande peso no orçamento mensal. Muitas pessoas não têm sequer como arcar com esse custo, tendo que se deslocar a pé pela cidade. Mesmo sabendo disso, o prefeito e o governador permitem os aumentos de tarifa, para garantir os lucros dos empresários e investidores dos transportes, ao invés de garantirem o direito de ir e vir da população.
Da mesma forma, ter um lugar para morar é direito assegurado pela constituição, mas Kassab e Serra continuam retirando favelas sem garantir alternativas de moradia para as pessoas que moram nelas que moram nelas. Além disso, bairros inteiros de regiões periféricas foram alagados propositalmente por decisão de uma empresa, sob ordem do governo, como forma de pressionar pela saída dos moradores.
Exemplo disso é o caso do Jd. Romano (ZL) e do Pq. Cocaia I (ZS), que sofrem com a ação da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), responsável pelo fechamento das comportas de barragem da Zona Leste e pelo bombeamento da água dos rios para as represas Billings e Guarapiranga, causando inundações. Na Zona Leste o interesse era proteger as marginais do alagamento e facilitar a ampliação do Parque do Tietê, obra de compensação da Nova Marginal. Já na Zona Sul, a ação da Emae está ligada ao Projeto Mananciais do Governo do Estado. Em ambas as regiões, diversas tentativas de protestar contra essa situação têm sido tratadas como atos criminosos pela polícia deste mesmo governo.
Por que tudo isso acontece? Fica claro que nem o prefeito e nem o governador tomam as suas decisões pensando no que é melhor para toda a população. É que a cidade tem dono: os empresários do transporte, das empreiteiras e construtoras, que são financiadores das campanhas dos políticos. Além disso, as pessoas que andam de carro nas marginais, também estão na frente na ordem de prioridade, em relação ao moradores das periferias e às pessoas que dependem do transporte público. As decisões do poder público dizem claramente qual é o lugar da cidade que esses políticos querem que nós, trabalhadores, estudantes e moradores das periferias, ocupemos.
Somos contra o aumento das tarifas e contra as ações de despejo no Jd.Romano e no Pq.Cocaia, porque acreditamos que a cidade não pode ter apenas alguns donos: a cidade é direito de todos, e deve ser levado em conta o bem-estar da maioria da população, e não o lucros dos empresários.
Contra o aumento nos transportes em São Paulo!
Toda cidade para todos!
ATOS CONTRA O AUMENTO DA TARIFA
Dias:
04/02, 11/02 e 25/02, quintas-feiras
Concentração às 16h30 no Teatro Municipal (próximo ao metrô Anhagabaú)

Saída em passeata às 17h30
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Para mais informações:
http://www.barraroaumento.org
http://twitter.com/barraroaumento
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O Movimento Social se revolta (#PNDH-3)



Chega uma hora em que não é mais possível aguentar sem se manifestar, mesmo que a pena seja o Batalhão de Choque, balas e bombas, como aconteceu na Zona Sul, numa das inúmeras favelas e áreas pobres alagadas em São Paulo. Por lá, aliás, os protestos foram de grandes proporções.

E, como é de se esperar, àqueles que protestam são criminalizados e assediados.

Moradores do Jardim Romano, na Zona Leste, região alagada há mais de um mês e vítima do sanitarismo do prefeito Aquassab e de seu pai, Zé Alagão e suposto governador desta nau à deriva.

Hoje, por volta das 11h da manhã, os Movimentos Terra Livre e MULP- Movimento de Urbanização e Legalização do Pantanal, invadiram a sede da Subprefeitura de São Migual Paulista, na Zona Leste de São Paulo para exigir uma ação concreta do governo em relação ao estado de verdadeira calamidade em que se encontra a região do Jardim Romano e entorno.

São pelo menos 48 dias de alagamento sem que nenhuma solução seja encontrada - na verdade, os responsáveis tanto pelo alagamento inicial quanto a persistência do mesmo tem nome e sobrenome - ou sequer tentada. Comportas prontas para alagar a região de pantanal, bombas que poderiam melhorar a situação desligadas, nenhum tipo de drenagem ou limpeza no local e apenas algumas visitas do prefeito - vaiado e quase atacado - e só.

Situação de mais completo abandono e descaso.

Mas agora a reação popular se fez presente e, mesmo sem nenhuma atenção da mídia, resolveu se manifestar e realizar primeiro bloqueios e agora invadir um dos centros de poder na tentativa de se fazerem ouvidos e de serem considerados cidadãos, independentemente de sua classe ou condição social.

A política de isolamento e confronto do governo municipal e estadual é claro. Na linguagem comum seria o "mandar os baianos de volta pras suas terras", expulsar a população pobre e, no lugar, criar empreendimentos para as elites, parques e afins.

Retomo o que disse em post anterior e que causou certa polêmica: Nos preocupamos com o Haiti e nos esquecemos completamente de que nossos vizinhos sofrem da mesma forma. Precisamos ajudar o Haiti, mas também precisamos olhar para o lado e não permitir que milhares de pessoas sejam vítimas de punição coletiva por parte dos governos (sic) regional e local.


Moradores protestam contra alagamentos na Zona Leste de SP

Informe: Há 48 dias que o Pantanal da Zona Leste da cidade de São Paulo
está inundado. 26-01-2010 - Terra Livre/SP

A inundação não teve causa natural, ocorreu por ação do governo Serra. Entre os dias 08 e 10/12/2009 as comportas da barragem da Penha foram fechadas inundando com esgoto todas as Vilas acima da barragem, atingindo cerca de 5.000 famílias.

Agora em 24/01/2010 cerca de 8.000 famílias tiveram suas casas inundadas e perderam quase tudo, graças à abertura das comportas das barragens do Alto Tietê. Estas inundações fazem parte da
estratégia de Serra para desocupar a várzea e construir "O maior Parque Linear do Mundo". Nesse período, os moradores vêm fazendo manifestações e exigindo providências por parte do governo. Serra e Kassab oferecem uma bolsa aluguel de R$ 300,00 por 6 meses, o que é rejeitado pelos moradores. O Terra Livre e o MULP- Movimento de Urbanização e Legalização do Pantanal entraram com reclamação no Ministério Público Estadual e na Defensoria Pública contra o governo do estado e contra a prefeitura.

Hoje 26/01/2010 foram bloqueadas duas avenidas, uma no Jd. Pantanal e outra na Chácara Três Meninas. Em ambas as manifestações a quantidade de policiais foi enorme. Na primeira, dois companheiros nossos foram detidos e 3 horas depois foram liberados. Ontem no Jd. Romano houve manifestação com
bloqueio de ruas, à noite a polícia agrediu 4 jovens que preparavam a manifestação de hoje. Entenda a situação A várzea do Tietê começou sua ocupação pelas empresas Nitroquímica, Matarazzo e etc, logo após veio o Estado com as vias férreas, Rodovia Airton Sena, Estação de Tratamento de Esgoto, bairro Jd. Lapena. Por volta de 1986 começou a ocupação por moradia de baixa renda. Hoje o Pantanal é uma ocupação com cerca de 20.000 famílias. O governo Serra anunciou no início de 2009 a construção
de um parque linear com a construção de vias marginais de São Paulo a Salesópolis. Para isso retiraria cerca de 5.000 famílias.

Na época, houve resistência e manifestações por parte da população. Todos segmentos
do movimento popular da região uniram-se para resistir aos ataques do governo, sendo elaborada uma pauta comum, que trazia como exigência: a construção de uma moradia, antes da retirada de outra moradia, sem custos às famílias. Agora, aproveitando o período de chuvas, o governo programou a inundação de toda a área matando cerca de 10 pessoas,causando dor e sofrimento a milhares de famílias.

Marzeni e Thais - Militantes do Terra Livre/SP e MULP [Movimento de Legalização e
Urbanização do Pantanal da Zona Leste]

TERRA LIVRE - movimento popular do campo e da cidade
Conatos: secretaria@terralivre.org e sp@terralivre.org
www.terralivre.org
blog.terralire.org

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Cabe, ainda no espírito, reforçar a denúncia feita pelo MST da prisão de nove militantes do movimento em Iaras, interior de São Paulo.

Estas atitudes de franca criminalização dos movimentos sociais demonstram a necessidade ainda mais urgente de se defender integralmente e em caráter de urgência o PNDH-3, que nada mais é que o maior avanço que os movimentos conseguiram até hoje, depois de anos de luta.

O governo precisa sem pressionado fortemente, pois já andou para trás em casos chave como a Comissão da Verdade que foi mutilada em um de seus principais princípios, o da justiça, e agora a ameaça de retrocesso na questão do aborto, que revolta não só às feministas mas à todos que compreendem como direito da mulher o uso de seu corpo da forma como bem entenderem.

As pressões da direita, de ruralistas, da igreja, dos falsos moralistas que apenas se escondem sobre este manto se fazem ouvir através da mídia, dos jornalões, dos canais de TV e da maioria do congresso. Enfim, cabe à sociedade e aos movimentos sociais pressionar e se fazer ouvir pelo governo que vive uma eterna disputa, que vive eternamente infiltrado por elementos da direita mais reacionária.

Se esperarmos unicamente pela boa vontade do governo, o resultado será o retrocesso dos pontos mais polêmicos e mais relevantes do PNDH-3 e a continuação da violência e da repressão, como no exemplo abaixo, das prisões absurdas dos membros do MST pela sua luta por terra.e dignidade.

Foi convocada uma reunião para discutir a recente repressão.

A reunião chamada inicialmente pela CPT e engrossada por várias entidades acontecerá amanhã, dia 29, sexta-feira, às 15h, na Pastoral Operária - rua Venceslau Braz, 78 - centro - próximo à praça da Sé, em SP.

No dia 3 de fevereiro, acontecerá audiência pública na Câmara Municipal de Bauru.
NOTA URGENTE DO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM-TERRA DE SÃO PAULO (MST-SP)


CRIMINALIZAÇÃO

Nove militantes do MST são presos em Iaras-SP

MST-SP

26/01/2010

Na manhã desta terça-feira (26/01) recebemos, com extrema preocupação, a informação de que desde o final da tarde de ontem a polícia está fazendo cercos aos assentamentos e acampamentos da reforma agrária na região de Iaras-SP, portando mandados de “busca, apreensão e prisão”, com o intuito de intimidar, reprimir e prender militantes do MST. Neste momento já estão confirmadas a detenção de 9 militantes assentados e acampados do MST, os quais se encontram na Delegacia de Bauru-SP. No entanto, há a possibilidade de mais prisões e outros tipos de repressão.

Os relatos vindos da região, bastante nervosos e apreensivos, apontam que os policiais além de cercarem casas e barracos, prenderem pessoas e promoverem o terror em algumas comunidades, também têm apreendido pertences pessoais de muitos militantes – exigindo notas fiscais e outros documentos para forjar acusações de roubos e crimes afins. A situação é gravíssima, o cerco às casas continua neste momento (já durando quase um dia inteiro), e as informações que nos chegam é que ele se manterá por mais dias.

Nossos advogados estão tentando, com muita dificuldade, acompanhar a situação e obter informações sobre os processos – pois a polícia não tem assegurado plenamente o direito constitucional às partes da informação sobre os autos e, principalmente, sobre as prisões . No entanto, é urgente que outros apoiadores Políticos, Organizações de Direitos Humanos e Jornalistas comprometidos com a luta pela reforma agrária e com a luta do povo brasileiro divulguem amplamente e acompanhem mais de perto toda a urgente situação. A começar pelas pessoas que vivem na região de Iaras-SP, Bauru-SP e Promissão-SP.

Situações como esta apenas reforçam a urgência da criação de novos mecanismos de mediação prévia antes da concessão de liminares de reintegração de posse, e de mandados de prisão no meio rural brasileiro – conforme previsto no Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH-3) -, com o intuito de diminuir a violência contra trabalhadores rurais.

No caso específico e emergencial de Iaras-SP, tal repressão é o aprofundamento de todo um processo de criminalização e repressão que foi acelerado a partir da repercussão exagerada e dos desdobramentos políticos ocorridos na regional de Iaras-SP por ocasião da ocupação da Fazenda-Indústria Cutrale, em outubro de 2009. O MST reivindica há anos para a reforma agrária aquelas áreas do Complexo Monções, comprovadamente griladas da União por esta poderosa transnacional do agronegócio. Ao invés de se acelerar o processo de reforma agrária e a democratização do uso da terra, sabendo-se que naquela região do estado de São Paulo há milhares de famílias de trabalhadores rurais que precisam de um pedaço de chão para sobreviver e produzir alimentos, o que obtemos como “resposta” é ainda mais arbitrariedade, repressão e violência .

O MST-SP reforça o pedido de solidariedade a todos os lutadores e lutadoras do povo brasileiro comprometidos com a transformação do país numa sociedade mais justa e democrática, e de todos os cidadãos e cidadãs indignadas com a crescente criminalização da população pobre e de nossos movimentos sociais pelo país. Não podemos nos intimidar nem nos calar diante de tamanho absurdo!
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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Como desmontar o (des)governo Serra/Kassab em uma reportagem

Chico Pinheiro chutou o pau da barraca.

Em uma única reportagem durante o SPTV do dia 11 de Dezembro, desmontou por completo a farsa do (des)governo Serra/Kassab e mostrou a realidade de são Paulo. Uma cidade abandonada por seus políticos que estão mais interessados em elevar seus salários e propagandear obras ilusórias do que realmente tirar o povo da merda - literalmente.

Em 25 minutos Chico Pinheiro não poupou críticas ao governo e à elite paulistana branca, racista e preconceituosa. Foi um show como poucas vezes pudemos acompanhar pela TV desta própria elite, a Globo.




Será que a Globo manterá online este vídeo por muito tempo? Ou melhor, será que a Globo manterá Chico Pinheiro ativo depois dessa?
Copio do Acerto de Contas:
"A TV Globo sempre é acusada de fazer jornalismo parcial e comprometido com setores mais conservadores da política brasileira, em especial com os tucanos paulistas.
Mas nem todo mundo é assim.
Na sexta-feira passada o jornalista Chico Pinheiro, um dos mais respeitados âncoras da TV brasileira, deixou o estúdio da Globo em SP e foi apresentar o maior jornal local, o SP TV, no meio de um pântano que virou a Zona Leste de São Paulo com as chuvas da semana passada.
Chico Pinheiro, visivelmente indignado, resolveu detonar sem piedade a Sabesp, comandada pelo Governo tucano e a elite paulista: “aqui não existe Fashion Week, mas as pessoas vivem esse drama”.
Pinheiro mostrou que, quando se quer, ainda é possível fazer jornalismo de qualidade, cobrando os responsáveis.
Foram 25 minutos de pancadaria pura, como não se via há tempos."
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