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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Ciclovias da Discórdia: Entre a necessidade e o autoritarismo

Sobre a reclamação de comerciantes e moradores de SP em relação às ciclovias eu dou razão a eles em algumas questões. Parece mesmo que a prefeitura não avisou ninguém e nem deu alternativas, por exemplo, pra carga e descarga das lojas da região. A comunicação do Haddad é péssima.

E não só, há uma dose significativa de autoritarismo na questão, algo absolutamente típico do PT e mesmo de setores da esquerda. "Se é bom então vamos impor"! Não é bem assim.

Declarações de Haddad na base do "Eu acho que eles vão vender mais" são burras, além de baseadas em achismo e não em fatos ou estudos que seriam interessantes de se fazer e divulgar, além do erro de dizer que TODOS são "conservadores" e "ranzinzas".

Não, alguns tem bons argumentos, sendo o principal deles a absoluta falta de diálogo. O autoritarismo.
"A reclamação foi de que eles vem durante a madrugada e pintam a rua, sem mais nem menos. Para o munícipe, fica parecendo uma traição, uma grosseria por parte do prefeito. Não há nenhum diálogo"
Acho também importante pensar que comércios onde costuma-se estacionar na frente podem sim ser prejudicados pelas ciclovias. Sem lugar pra estacionar muitos podem preferir ir a outros lugares, como shoppings, e não às lojas de rua que já sofrem, aliás, com a concorrência destes outros estabelecimentos.

Mas para aqui minha concordância com os amantes de carros. Eu defendo a implantação de ciclovias, mas não apenas para ganhar o apoio de certos movimentos sociais e sim embasado em estudos e no respeito à todos na cidade que devem ser incluídos no debate (incluir não significa acatar, mas ouvir e dialogar).

Eu não dou a mínima se a Zona Azul será reduzida ou mesmo se o espaço para carros diminuirá, e acho que a prefeitura acerta em, de certa maneira, forçar o uso do transporte público fechando o cerco aos carros, mas mesmo isto deve ser feito com base em diálogo, mesmo que, como comentei, a prefeitura se limite a ouvir o que os críticos tem a dizer sem que isto pare o processo. No fim a prefeitura poderá afirmar que sim, escutou a todos, mas pensou no melhor para a maioria - e é verdade.

Mas pelo que vemos, não é isto que acontece.

Mas, se não me preocupo com a redução de vagas, a prefeitura precisa se preocupar se esta redução vier a prejudicar o comerciante pequeno de rua. Onde as vagas terão de ser reduzidas? Não onde prejudique efetivamente quem não tem nada a ver com a história.

Sim, São Paulo é "carrocêntrica", e mesmo concordando que é preciso um "empurrão" para se mudar a cultura, ela não mudará da noite pro dia e os transtornos devem ser minimizados, os prós e contras dialogados e alternativas devem ser dadas. Carga e descarga, transporte de idosos, estacionamento de pequenos comércios, são assuntos na pauta de muitos dos críticos que a prefeitura ainda não foi capaz de responder. E precisa.
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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Aumento das tarifas revogadas: Vencemos a batalha, falta ainda a guerra.

Haddad e Alckmin, JUNTINHOS, anunciaram a redução das tarifas pra 3 reais. Não é suficiente. Hoje temos de ir às ruas exigir que se abra a caixa-preta da máfia dos transportes e temos de exigir TARIFA ZERO!

A luta continua e não podemos nos desmobilizar depois de termos conquistado tanto e ido tão longe!

É preciso ter em mente que foi uma vitória, mas uma vitória pequena, pontual.

Alckmin e seu papagaio, Haddad, deixaram claro que a redução vem de má vontade e que irão reduzir investimentos. Quais? Porque? Nem uma palavra sobre a caixa-preta da máfia dos transportes, nem quanto de fato é o lucro dessas empresas e muito menos os valores reais envolvidos no transporte "público" de São Paulo (e do Brasil, na verdade).

Digno de nota a cara do Haddad, e sua subserviência ao tucanato. O "novo" fez papel de papagaio de pirata, esperando Alckmin aceitar reduzir tarifas para dizer que também aceitava e indo até o palácio do "inimigo" para ceder a primeira fala. Se o marketeiro e estrategistas do PT não foram demitido, fechem o partido.

Não podemos aceitar de forma nenhuma que os já parcos investimentos do Estado sejam ainda mais reduzidos enquanto o lucro do empresariado não é alterado, pelo contrário, é garantido e ampliado.

Não faz o menor sentido que o povo garanta o lucro de mafiosos do transporte às custas da exclusão de milhares, às custas do prejuízo compartilhado da população. Os protestos não começaram apenas por 20 centavos, mas pelo debate sobre qual cidade queremos, por direitos e por participação política. Ou alguém acha que 3 reais é barato? Ou mesmo que 1 real é barato para quem está desempregado ou mal tem o que comer?

Se a constituição garante o direito de ir e vir, cabe ao Estado assegurar que as pessoas possam efetivamente se locomover. Mas ao invés disso impõe barreiras, dentre elas a barreira da tarifa, à população.

Temos de continuar indo às ruas para exigir não apenas a Tarifa Zero/Passe Livre, mas para que as contas sejam abertas, para que haja transparência, e para que se debata também a qualidade do transporte "público" - que não existe.

E a Tarifa Zero é sim possível, o PT defendeu no passado, mas o PT aprendeu que é melhor contentar o empresariado que financia campanhas do que o povo. Assim também pensa o PSDB. Porém o povo nas ruas deu seu recado e continuará a lutar.

E precisamos ter em mente que não podemos permitir que a direita se aproprie das manifestações, que suas agendas reacionárias "anti-corrupção" tomem a frente, da mesma forma que não podemos deixar que pelegos ligados ao PSeudoB, PT e UNE tomem a frente, como tentaram fazer na última manifestação, na Sé.

Se por um lado a presença de partidos é legítima e até mesmo necessária, PSTU, PSOL, PCB, PCO estão desde o começo na luta, ao passo que outros, oportunistas, surgiram para tentar apenas conseguir fama e um reconhecimento indevido (PT, PSeudoB, PPL...).

Fiquemos alertas também contra infiltrações, não faltam denúncias e até a certeza de que a polícia tem infiltrado P2 nas manifestações e até neonazistas tem aparecido.

Hoje, 17h, TODXS às ruas, a mobilização não pode acabar! Alckmin e Haddad não nos fizeram favor algum, pelo contrário, foram forçados a ouvir e acatar as decisões do povo e, ainda assim, deram um jeito de defender o lucro da máfia dos transportes, e é contra isso que devemos lutar, ou por isso que devemos manter a luta.

Temos ainda a Copa, Olimpíadas, #CuraGay, PEC37, Genocídio Indígena e a própria questão do transporte, que deve ser PÚBLICO.
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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Massacre do Passe Livre: Relato do Quarto protesto contra o aumento das tarifas

Escrevo este texto logo após chegar da manifestação do Movimento Passe Livre BRUTALMENTE reprimida pela PM, pelo Choque, Tática, ROCAM e qualquer desgraça mais que a PM pudesse jogar contra nós.

Em primeiro lugar, deixo claro, Alckmin e Haddad são responsáveis pelo massacre. A responsabilidade é dos dois, em igual peso e tamanho.

Poucas vezes na vida vi repressão como esta, e estive no Pinheirinho. Fui alvo de balas no Pinheirinho, assim como fui alvo de balas hoje e nos protestos anteriores do MPL. Absolutamente NADA justifica a violência de hoje (nem de qualquer outro dia, aliás), e hoje sequer houve provocação. Nenhuma. Nenhum "vandalismo", nada.

A Polícia antes mesmo da marcha começar já tinha prendido à rodo. Quem tinha vinagre junto era preso. Jornalistas forma presos por estarem apenas indo para o protesto, ainda no Teatro Municipal.

Vou tentar narrar cronologicamente o que vi, apesar da adrenalina estar nublando um pouco as coisas, fora o ódio tremendo pela brutalidade policial e pro estes governantes assassinos que temos.

Um começo tranquilo, mais de 20 mil pessoas reunidas e os primeiros gritos contra os militantes do PT que apareceram na marcha, só depois que a direção permitiu, claro. Apareceram também militantes de outros grupos próximos ao PT que estavam totalmente ausentes dos protestos anteriores. Foram recebidos com ofensas pela maioria que estava apanhando ha pelo menos três protestos.

Seguimos até a República sob imensa provocação da PM. Logo no caminho entraram no meio da marcha para agarrar um rapaz que nada fazia e o prenderam com imensa violência. Mas seguimos. Na esquina da São Luís com a Ipiranga um ônibus elétrico precisou da ajuda de alguns manifestantes para voltar a funcionar, o cabo tinha saído do "trilho" elétrico. Um manifestante que AJUDAVA o motorista foi preso. Mas, ainda assim, seguimos.

Eu estava no fim da marcha, junto com um rapaz do MPL, Matheus, acredito, que negociava com um grupo de PMs o roteiro a seguir. O PM dizia que era pra entrarmos na Rêgo Freitas e voltar à República, algo que Matheus disse ser impossível, já que a cabeça da Marcha estava já no Mackenzie. Nesta discussão de vai ou não vai um PM no meio do grupo começou a gritar que estavam jogando pedras. Mentira pura. Estava eu e dezenas de jornalistas do lado e ninguém jogava absolutamente nada.

A provocação continuava, com PMs atiçando uns aos outros e nos provocando e querendo atacar.
Mas, novamente, seguimos. Até que de uma rua lateral surgiu um grupo do Choque, batendo nos escudos e gritando contra os manifestantes. Eles correram subindo a consolação e depois de um momento os tiros, bombas e gás começaram lá em cima. Eu estava atrás e via a fumaça subir, o fogo das armas da polícia que disparava e o pânico das pessoas correndo para a Roosevelt.

Do nada, o Choque surgiu também por trás, da República, e começou a atirar, assim como policiais que atiravam debaixo do Minhocão. Não havia outro caminho senão a Praça Roosevelt.

Mas do outro lado também tinha polícia. Estava armado um massacre.

As pessoas em desespero corriam pra praça e o Choque avançava com extrema brutalidade, atirando na imprensa do outro lado da rua, onde eu estava em dado momento, e nos jogando bombas - uma estourou quase na minha perna - sem dar mostras de que iria parar.

E não pararam.

O povo corria em desespero para a Rua Augusta, do outro lado da Praça, mas havia PM lá e os que estavam na Consolação os perseguiam com tiros, bombas e gás. Pessoas que nada tinham a ver foram atingidas e intoxicadas, e segundo relatos quem se escondia nos teatros da praça era preso, e pouco importava seque se eram manifestantes.

Na Guimarães Rosa, ainda na Roosevelt, motoristas em pânico viam os carros serem cobertos por gás, uma senhora com uma criança no carro chorava enquanto era sufocada pelo gás. Na esquina a PM jogou bombas até mesmo na radial, lotada de carros. E atirava para todos os lados.

Um professor, Daniel Keller de Almeida, foi preso por gravar a cena de um rapaz sendo agredido e preso com brutalidade pelo Choque. Outro que estava filmando também foi preso. Eu escapei pois disse ser do G1, pois o PM veio me prender. Foi a primeira prisão que escapei na noite. Um ônibus do Choque saiu LOTADO da Roosevelt.

Na Avanhandava conversei com várias pessoas revoltadas com a violência da PM, que neste momento apenas posava para fotos. E por todo o caminho que passei vi a população revoltada com a violência e apoiando a manifestação. Subindo a Augusta, atrás do Choque, uma senhora gritava de sua janela contra a PM fascista e armas foram apontadas para ela.

No caminho, uma senhora, professora, Maria Bernadete, revoltada, dava entrevista com a marca da bala de borracha em sua têmpora. Ela sequer fazia parte do protesto, mas foi, como muitos pelo caminho, alvejados pela gloriosa PM à serviço de Alckmin e Haddad.

Na Augusta o Choque subia, com direito a um desvio para aterrorizar na Oscar Freire. Ai foi minha segunda quase-prisão. Mas consegui correr de volta para a Augusta.

Subimos até próximo da Paulista, quando o Choque, ofendido pelos vários manifestantes que ficaram pra trás, e por quem simplesmente estava revoltado com a brutalidade, se virou bruscamente e vários jornalistas comigo tiveram de correr e se abrigar do lado da Kiss, onde fomos alvo de muito gás, mesmo gritando desesperados pra PM que éramos imprensa. Isso apenas os atiçou.

Resolvemos correr por uma brecha entre a PM e o prédio ao nosso lado e foi minha terceira quase prisão, mas a quantidade de jornalistas em volta (e um soco dado no pescoço dele ajudou) fez o PM largar meu braço, mas infelizmente prenderam uma professora que gritava no meio da rua, sem se intimidar pelo gás e pelas balas, que dava aula para os filhos deles. Seu nome é Regina Célia.

Já na Paulista, a porrada estancando. De todos os lados. No MASP manifestantes estavam cercados e sendo alvejados e se refugiando nas paralelas, como a alameda Santos.

De lá grupos saiam esporadicamente para atear fogo em lixo (ainda que a PM, segundo relatos, tenha tacado fogo no lixo também para culpar manifestantes) e para serem recebidos com violência.

Um jogo de gato e rato que durou várias horas. Detalhe era o sorriso no rosto da PM a cada tiro, quando acertavam alguém ou quando intimidavam a todos, incluindo imprensa.

Fui caminhando para a Cásper Líbero e estudantes do Objetivo estavam presos lá dentro e revoltados com a ação da PM, que chegou a atirar na Cásper. Pessoas eram revistadas, qualquer um carregando uma mochila, ao lado da Fnac. Por toda a Paulista pessoas aplaudiam a PM, ironicamente, e gritavam "Vergonha". Era a deixa para mais ataques e mais violência.

Em dado momento reverberava pela avenida os gritos de "Vergonha" e os aplausos, era lindo de se ver. Pessoas saíam dos prédios, engravatados, e aplaudiam. Toda a população estava contra a brutalidade policial. E eram recebidos com mais brutalidade.

A Polícia atirava a esmo, para todas as direções sem que fosse preciso qualquer provocação (palmas nunca foram provocação, sejamos honestos). Pessoas gritavam, sem ter nada a ver com o protesto. Crianças choravam, idosos passavam mal e pessoas eram atingidas e violentadas por uma ação criminosa perpetrada por milhares de BANDIDOS de farda, assassinos pagos pelo Estado.

De volta à região da Augusta/Consolação, ao lado do Center 3, dois grupos do choque, vindos dos dois lados da paulista atiravam e jogavam bomba, quase matando um senhor que corria em desespero. Ameaçaram atirar no grupo da imprensa que estava no local, ameaçaram repórter do CQC e seguiram com a barbaridade. A adrenalina era tanta que não me segurei e xinguei a PM, e acabei sendo filmado pelo CQC. Só depois reparei que tinha dado uma entrevista, mas de tanta raiva, nem reparei na hora.

E a coisa continuou, com jornalistas correndo pra todos os lados e a PM barbarizando. Só depois das 11 da noite que tudo se acalmou finalmente. Com direito ainda a pessoas encurraladas no MASP levando tiros por gritarem, a todo momento, por paz e "sem violência". A polícia parecia alimentar seu ódio do grito desesperado pelo fim da violência.

Qualquer grupo com mais de 10 pessoas era alvo de tiros, sem sequer a necessidade de perguntar quem eram.

Depois, via um jornalista da Globo e outros, soube que a PM também desceu a Angélica. Manifestantes fugiam e as bombas eram jogadas no meio de carros, de ônibus... A intenção era matar, estivesse o alvo na manifestação ou apenas tivesse tido a infelicidade de ser pego no meio dela. Vidros foram quebrados pela PM que aterrorizou Higienópolis.

Muitos vídeos foram gravados com denúncias da PM quebrando os vídeos dos próprios carros para acusar os manifestantes, dentre outros.

É importante lembrar: Não houve NENHUMA provocação por parte dos manifestantes, não houve qualquer vandalismo real ou imaginário. A PM espalhou boatos entre ela e para a mídia e começou a atirar por puro prazer e sadismo. O que vimos foi um massacre, em que PMs sorriam a cada tiro que davam e estavam felizes em ter alvos fáceis para tentar matar.

Eu estive no Pinheirinho, já participei de dezenas de manifestações em São Paulo e Recife, já fui banhado por pimenta, já atiraram em mim (nunca acertaram, felizmente) e já vi efetivos policiais absurdamente grandes, mas hoje São Paulo virou uma praça de guerra. Hoje é um dia para ser lembrado como o Massacre do Passe Livre, patrocinado por Alckmin e Haddad, dois bandidos no poder.

Comentei no Facebook e mantenho:
Acabei de voltar do protesto. Eu tô abismado. Eu raras vezes vi tamanha repressão. O que fotografei, gravei e os relatos que ouvi de colegas jornalistas são chocantes. O Choque atirava em quem aplaudia (ironicamente), atirava na imprensa, em qualquer coisa que se movesse.

Foi um massacre e a intenção de Alckmin e Haddad era clara: Matar. Não adiantou os pelegos da Juventude do PT se juntarem à marcha, foi porrada pra todo lado. Não houve NENHUMA

provocação, NENHUMA violência do nosso lado. Fomos agredidos de graça, cercados, emboscados na consolação e na Augusta.

A violência durou horas e horas, correu a Paulista, a Angélica, a Consolação, Augusta e a porra da região toda.

Alckmin e Haddad são responsáveis!
A violência foi tão grande que até a Folha e a Globo foram forçadas a destacar. Como você vai mentir quando jornalistas da empresa foram alvejados e poderiam ter sido mortos, e quando estavam eles próprios revoltados?

Amanhã vai ser maior! Hoje fomos mais de 20 mil, pois vamos juntar 50 mil!

Segunda, 17h, no Largo da Batata!
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Fotos do ato de ontem, no Flickr
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Vídeos:
Início pacífico da Marcha, gritos e palavras de ordem e muitos gritos contra os pelegos do PT que resolveram dar as caras no protesto.
No início da Marcha, a PM provocava, levou dois rapazes presos sem qualquer razão. Um cometeu o crime de estar andando no meio do povo e foi arrastado para um canto pela PM. Outro ajudava um motorista de Trólebus a tirar o ônibus do meio da rua, foi preso por isso com imensa brutalidade.
PM/Choque atacando manifestantes na PRaça Roosevelt e na Augusta com imensa violência. Num carro uma mulher com uma criança chora em desespero. Com extrema brutalidade a PM prende um rapaz e, logo depois, um advogado que filmava e uutro rapaz que filmava a brutalidade. Escapei por pouco de ser preso. Muitos tiros, bombas e violência.
PM brutalizando na rua Augusta, atirando em jornalistas, em quem protestava, prendendo uma professora por protestar... Simplesmente violência insensata e sem qualquer motivo. Jornalistas foram encurralados e alvejados.
Mais cenas de violência na Av. Paulista. População gritando por paz, pedindo para a PM parar com a violência e sendo alvo de tiros, de bombas e gás. Desespero na Paulista.

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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Fotos e vídeos da repressão contra o 3º protesto do Movimento Passe Livre

Vídeos e fotos da imensa repressão policial contra os manifestantes. Agressão, prisões arbitrárias, tiros, bombas e gás. Alckmin e Haddad são co-responsáveis por tudo.

Seleção de fotos no Flickr .

O início da marcha:
Brutalidade policial no Terminal PArque Dom Pedro
PM atirando no nada, na Sé, apenas para aparecer para as câmeras
Dois rapazes que apenas caminhavam pela Sé foram presos pela PM
As declarações do comandante da PM em dois momentos (e suas mentiras)
A violência extrema, desmedida e inaceitávee da PM pela Avenida Paulista. Tiros e gás para todos os lados.
Manifestantes são ATROPELADOS por um doente em um Fiat Uno. Depois a Globo, em seus jornais, "inocentou" o bandido atrás do volante dizendo que ele foi forçado a avançar.
No fim da manifestação chega a ROCAM e começa a espancar manifestantes e depois a Força Tática para "limpar" a área com mais tiros e gás.




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quarta-feira, 12 de junho de 2013

O protesto contra as tarifas de 11 de junho: Hoje foi maior e amanhã será maior ainda!


Cheguei na Avenida Paulista pouco antes das 6 da tarde, praticamente no começo da marcha que reunia, naquele momento, pelo menos 10 mil pessoas. O caminho inicial seria a Consolação até o centro, e nem a chuva forte que caiu poucos minutos depois intimidou os participantes, apesar de ter atrapalhado - e muito - os fotógrafos e equipes de TV.

Milhares de pessoas gritavam "vem, vem pra chuva vem, contra o aumento" e a alegria estava estampada na cara dos presentes que sabiam ter reunido um número imenso de participantes e, acima de tudo, sabiam da justeza de suas reivindicações.

Mas logo a marcha sofreu o primeiro racha.

O caminho decidido era o de descer o túnel da Radial Leste/Minhocão. Muitas pessoas, surpresas, se recusaram a descer. Muitas com medo de serem emboscados pela polícia - que acompanhava em grande número, com viaturas da força tática, motos e até um carro de bombeiros - desistiram e acabaram realizando um mini-protesto pela Praça Roosevelt e região.

Os que foram adiante caminharam até o viaduto da 23 de maio, quando o movimento empacou para decidir o caminho a seguir. Como nota pessoal, achei péssima a escolha da rota, pois atrapalhamos o trânsito na Radial (nada contra, só constatando), mas ficamos isolados do resto da cidade e com poucas opções de caminho a seguir.

Empacados, o trânsito voltou a correr, e acabamos seguindo pela Av. Liberdade até a Sé. Na Liberdade a animação dos presentes voltou à toda e a marcha, pouco menor que no começo, ainda era muito grande.

Caminhamos em direção ao Terminal Dom Pedro, numa marcha pacífica que, porém, quase viu o primeiro confronto (ou a primeira violência policial) quando um pequeno grupo resolveu atear fogo em um ônibus parado e vazio nas proximidades do terminal. De forma surpreendente a polícia se limitou a apagar o princípio de incêndio (ainda que o ônibus tenha sido quebrado e pichado) e não investiu contra os manifestantes. Provavelmente porque a maioria dos presentes se revoltou contra a atitude do pequeno grupo e muitos ajudaram a polícia a apagar o fogo que começava a tomar corpo.

Eu não tenho, em princípio, nada contra atear fogo a um ônibus (vazio, obviamente), o problema é fazê-lo apenas como provocação à polícia que, até aquele momento, tinha apenas acompanhado. E atear fogo quando a MAIORIA claramente não apoiava o ato.

Violência em manifestações é legítima, mas como resposta, não como incitação ou, no máximo, quando a maioria dos presentes está de acordo e há razões para o uso da violência.

Não há (havia) razão para incitar a violência da PM contra milhares de pessoas que protestam pacificamente e, naquele momento, com amplo apoio popular. Penso - posso estar errado, mas é minha opinião - ser contraproducente iniciar incêndios e "vandalizar" buscando uma resposta da polícia.

O correto, penso, é utilizar a violência e a resistência apenas quando atacados, não dando espaço para manipulações midiáticas (ou reduzindo sua capacidade de distorcer) e, acima de tudo, sem alienar a população.

Uma coisa é a justa revolta pela violência sofrida, outra é incitá-la CONTRA a maioria.

De forma alguma afirmo ou mesmo acho que a reação da PM é justificável, mesmo com o vandalismo, mas é inocência ou estupidez achar que não haverá reação e quem não tem nada a ver, quem não cobre a cara, não vai acabar apanhando.

Continuamos a marcha por mais alguns metros até o terminal, quando a marcha novamente estacou. Colegas jornalistas na cabeça da marcha disseram que o movimento demorou demais para decidir se invadiria o terminal, naquele momento com poucos policiais o guardando, e quando finalmente decidiram pela ação a força tática já havia chegado, e houve reação.

Pessoas na cabeça da marcha tentaram passar pela polícia e atiraram objetos e mesmo fogos, e a resposta foi o gás. Fomos perseguidos pela PM por todo o centro, até a catedral da Sé. Em dado momento centenas de policiais fechavam diversas ruas e enchiam de gás a Sé inteira, mas curiosamente atiravam no vazio ou mesmo em repórteres desgarrados. Um colega jornalista comentou ter ouvido de repórter da Globo, este falando a um PM, que eles queria imagens de conflito para ficar bonito na TV e daí a PM atirava bombas no vazio. Pura pirotecnia.

Após alguns minutos desta demonstração inútil de força, recebemos a informação de que um imenso grupo havia escapado ao cerco e se dirigia à Paulista via Brigadeiro. Pegamos o metrô, eu, uma amiga e alguns jornalistas, e fomos até o local.

Chegamos na Brigadeiro no exato momento em que milhares de pessoas (pelo menos 3 mil, acredito) paravam uma das vias da avenida.

Reparei que faltavam as tradicionais bandeiras dos partidos: PSOL, PCO, PSTU... Vi apenas uma ou outra do PCB e, creio, da LER-QI e uma quantidade imensa de encapuzados.

Faço esse comentário por notar que o "tom" do protesto mudou um pouco sem certo controle por parte dos partidos. Apesar de um ou outro incidente pontual antes da reação da PM, agora alguns grupos se sentiram mais livres para atuar. Talvez 20-30 indivíduos frente a milhares que ainda marchavam pacificamente.

Vi de perto uma agência do Bradesco e outra do Itaú terem os vidros quebrados com pedradas por um pequeno grupo, que recebeu o repúdio do grosso da manifestação. A polícia apenas acompanhou.

Este pequeno grupo se adiantou à cabeça da marcha e começou a parar o trânsito e, infelizmente, começou a ameaçar motoristas, chegando a quebrar um carro (ao menos o vidro traseiro e as lâmpadas traseiras ) que se viu preso no meio da marcha.

Chegando no MASP, a polícia tentou fazer um cordão de isolamento para que os manifestantes fossem para o Vão e lá ficassem, encerrando a marcha. Um grupo negociou com a PM, mas os encapuzados novamente tomaram a frente, começaram a xingar e a cercar e começou a confusão. Vi um rapaz ser preso - me informaram depois que ele tentou dar uma flor a um PM - e levado para a base da PM na frente do Parque Trianon e foi aí que a confusão começou.

Manifestantes jogaram objetos na polícia que jogou bombas no vão do MASP e na Paulista. Formou-se uma linha da Força Tática que cometeu talvez o grande erro da noite, deixou o grupo original de vândalos avançar em direção à Consolação derrubando lixeiras de concreto (outro grupo menor passou a levantá-las, recusando a ação que era puro vandalismo e não a construção de barricadas) e começou a atirar nos milhares que se manifestavam pacificamente e tiveram de correr em direção ao Paraíso onde, me contam, houve mais violência depois.

A polícia, completamente descontrolada, começou a atirar no meio de carros, apavorando a população e enchendo a Paulista com gás.

Algumas pessoas tentavam dialogar com os encapuzados que praticavam puro e desnecessário vandalismo, e a resposta deles era que eram "contra o Estado" e "contra a burguesia e o capitalismo".

Acho justo, mas este NÃO era o foco da manifestação. E não afirmo isto de forma leviana, mas para mostrar que haviam grupos que não compactuavam com o foco da marcha - redução das tarifas - e resolveu protestar por contra própria, por suas próprias razões, e todos pagamos o pato no final.

Quisessem usar lixeiras como barricada, justo. Parar o avanço da polícia era legítimo. Mas apenas derrubá-la, enquanto gritavam desafios ao vento não significava nada.

Estes inclusive protagonizaram uma cena ridícula ao xingarem uma equipe da TV Brasil achando que era a Record e continuando a xingar e até ameaçar com violência a equipe apesar deles gritarem que eram TV pública e não a Record ou qualquer outra.

Depois de dispersar este grande grupo, a PM se virou para nosso lado e começou a avançar, jogando gás e dando tiros de borracha em direção aos carros que tentavam desesperadamente fugir da região e apavorando quem ainda estava nos ônibus parados. A corrida durou até a Consolação, quando o grupo se dispersou.

Cerca de 30 pessoas, depois, se reuniram na esquina da Paulista com Haddock Lobo e pararam o trânsito. Equipes da Record e da Globo foram intimidadas por encapuzados, mas nada demais aconteceu. Enquanto o pequeno grupo tentava parar o trânsito em uma esquina larga, um fiat uno preto avançou à toda e atropelou pelo menos 3 pessoas, uma delas a 2 passos de mim. Felizmente ninguém ficou ferido, só escoriações.

A equipe da Globo gravou a cena e aparentemente a mostrou no Jornal da Globo. A placa do carro é EUZ1807 e, algum tempo mais tarde, passei a informação para o comandante da PM no local, que até o momento nada sabia.

É interessante que a PM tenha toda ido perseguir manifestantes no Paraíso e tenha deixado um atropelamento acontecer do outro lado. Ao invés de realizar seu trabalho, reprimia um protesto legítimo.

Pouco após o atropelamento, coisa de 20 minutos, chegaram as motos da ROCAM e começaram a descer a porrada nos manifestantes, prendendo um rapaz, Theo, que tinha a mochila lotada de bixigas com tinta. De quebra a ROCAM desceu o cacete no rapaz. Vergonhoso.

Chegou então o "reforço" da força tática que, com mais algum gás, "controlou" a situação e a marcha começou a finalmente dispersar.

A esta altura eram quase 11 da noite. Paramos a cidade por mais de 5 horas e pese a ação burra de alguns "revolucionários" (protestando por razões próprias em uma marcha que não era deles), foi um sucesso. Imensa, animada e persistente.

É difícil descrever a exultação de ver tanta gente que, mesmo depois de apanhar, tinha seguido valentemente pela Brigadeiro até a Paulista e continuava a gritar e reivindicar.

A violência usada pela PM foi, sob qualquer ponto de vista, excessiva, desproporcional. Não havia razão para perseguir a manifestação por todo o centro da cidade, nem usar a quantidade imensa de bombas e gás - e balas de borracha. Se por um lado havia uma presença considerável de vândalos que protestavam por razões completamente diferentes das reivindicações da marcha, razões aceitáveis e que concordo em grande parte, mas não cabiam naquela marcha, a PM simplesmente atirou em todos, violentou a todos e conseguiu PIORAR a situação.

Se o problema era a Paulista ocupada, já ao fim da marcha, a PM conseguiu espalhar o grande grupo em pequenos grupos revoltados com a agressão sofrida e que continuaram a "atrapalhar" o trânsito.

Da mídia, de quem não se esperava nada, não saiu nada. Criminalização, nenhum manifestante ouvido de verdade e a mesma ladainha de merda de sempre.

Quinta, dia 13 de junho (amanhã), as 17h no Teatro Municipal há uma nova manifestação, a quarta grande manifestação contra o aumento das tarifas. Estaremos todos lá de novo. E espero que sejamos mais que os dez mil de ontem! Que o protesto cresça!

Seremos milhares e iremos persistir em nossa luta.
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Mais tarde estarão no ar todas as minhas fotos, no Flickr, onde já é possível encontrar centenas de fotos dos protestos anteriores. E irei postar vídeos em meu canal do Youtube.
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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Primeiras nomeações/propostas de Haddad na prefeitura de São Paulo: Pontos positivos e negativos

Haddad acabou de assumir, mas já podemos, pelas suas primeiras ações e atos políticos, além de suas nomeações, tirar quais seriam os pontos positivos e negativos iniciais.

Pontos Positivos

Criação da Secretaria de Igualdade Racial. Iniciativa progressista, porém neutralizada com a nomeação de Netinho de Paula.

Criação da Controladoria Geral do Município. Ela já existia desde Marta, mas agora ganhou status de secretaria (obrigado ao @danieldocei pela dica). Uma excelente inciativa para trabalhar em conjunto com o TCU, isto se o órgão for realmente independente, e outro acerto na nomeação de Mário Vinícius Claussen Spinelli para o cargo.

Fim da militarização das subprefeituras e colocação de funcionários de carreira no lugar de coronéis da PM. A melhor iniciativa de Haddad quando assumiu o cargo de prefeito.

Foco em combater a miséria na cidade. Retoma ou apenas continua com os projetos federais nesta áera. Esperamos que traga novidades e sua aplicação seja efetiva.

Tentativa de rever dívida da cidade junto ao governo federal. Importante passo para sanar as dívudas reais ou supostas da prefeitura e ter como investir em áreas estratégicas.

Cultura com Juca Ferreira e Rodrigo Savazoni. Outra grande iniciativa buscando retomar o excelente trabalho que Juca e Gil realizaram no MinC e com a ajuda do Savazoni, que entende como ninguém da área. É a secretaria de onde podem sair os melhores projetos.

Fim da taxa de inspeção veicular. Algo esperado e necessário. Motivo de confusão revolta e, claro, corrupção, durante o governo (sic) Kassab. Nota: O fim da taxa é bom não pro ela em si, mas por ter acabado com um verdadeiro ralo de corrupção. É preciso repensar o modelo.

08/01/13 Nomeação de Leda Paulani para secretaria de Palnejamento (dica do @paduafernandes).

08/01/13 Criação da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (via @Mairakubik)

09/01/13 Obrigação (ordem do dia 3 de janeiro) do uso de uniforme por guardas da GCM que não pdoem mais atacar a população a paisana.

Pontos Negativos

Netinho de Paula na Secretaria da Igualdade Racial. Netinho de Paula é um espancador de mulheres que pouco contribuiu em sua história para a causa negra além de servir de garoto propaganda.

Discurso pela manutenção das OS. Privatização branca da saúde com aval e entusiasmo do PT que quando é oposição critica, mas no poder apoia.

Provável aumento das passagens e nenhuma discussão sobre o Passe Livre. As passagens irão aumentar, basta saber para quanto irão. Hoje milhões de paulistanos não tem condições de usar o transporte "público", a situação irá apenas se agravar. Como paliativo e propaganda enganosa pode vir o Bilhete Único Mensal, que dará desconto pífio e não melhorará a situação geral.

Programa pífio contra enchentes que não faz mais do que demonstrar boa vontad. A carta divulgada por Haddad com as primeiras iniciativas não difere das "boas" intenções do PSD e do PSDB nas gestões anteriores. Não traz nada de novo ou prático, como investimento pesado nas áreas mais críticas ou soluções emergenciais para áreas onde sempre enchem, como na região próxima a USP Leste.

Aliança com Maluf, PP, PSD e corja semelhante. Não precisa nem de comentários. Uma coisa é precisar de maioria para governar - o que não é sempre verdade, já que se pode buscar apoio e pressão popular sempre que necessário através de conselhos locais e etc, como o próprio PT acreditava e defendia - outra é entregar cargos-chave, garantir rios de dinheiro e se lambuzar no chiqueiro de gente como Maluf, Kassab e cia.

Aliás, o PT passou TODA sua história atacando Maluf para aparecer em foto carinhosa com ela e a campanha de Haddad foi em grande parte pautada pelas denúncias de higienismo contra Kassab, para agora estar aliado com o bandido.

Manutenção do projeto criminoso da Nova Luz, apenas com a promessa - vazia? - de "maior diálogo", passando por cima do caráter higienista que permeia a proposta como um todo. Não se pode aceitar absolutamente nada do projeto que foi feito sem nenhuma discussão com a população interessada e apenas voltada aos interesses das empreiteiras e da especulação imobiliária - estas que deram rios de dinheiro ao próprio Haddad.

Kassab permanece com poder sobre o governo e secretários. Homens (e mulheres) de Kassab permanecem no governo, como na SPTuris. O turismo virará feudo de Kassab e aliados. A aproximação entre PSD e PT, visando apoio do PSD nacional a Dilma, passa por cima dos interesses de São Paulo, que são os de ENTERRAR Kassab e seu partido criminoso e higienista. Mas, infelizmente, não acontecerá. Kassab ainda conseguiu emplacar o secretári-adjunto da Secretaria do Trabalho e o novo secretário-adjunto de Esportes. O pior prefeito que São Paulo já teve, como pintava a campanha de Haddad - e com razão - não é ruim na hora de manter seus tentáculos na administração...

Secretaria de Habitação e empresas subordinadas nas mãos do PP/Maluf. Dispensa comentários. Chave do cofre para os maiores bandidos do país que já são donos do Ministério das Cidades. Movimentos sociais se mobilizaram e foram traídos por Haddad antes mesmo da posse quando ele preferiu cumprir promessas feitas ao PP que as feitas ao povo e aos movimentos próximos ao PT.

Um dos maiores problemas de São Paulo é a falta de moradias, a demora na entrega de apartamentos populares e o crescimento exponencial da população em situação de rua que é, por sua vez, fortemente  criminalizada e entregar a Habitação ao PP beira o ato criminoso. Os movimentos populares por moradia não ficaram satisfeitos e não tem nada a comemorar com a vitória de Haddad.

Mudança no prazo para inspeção veicular. Com as mudanças propostas por Haddad, por mais que acerte com o fim da taxa, erra na permissividade dos prazos para a inspeção, facilitando a vida de poluidores e prejudicando o meio-ambiente.

Histórico do PT nacional de criminalização das greves do funcionalismo público. Apenas uma suposição, mas depois de Dilma é impossível acreditar que Haddad tratará os funcionários públicos que vem recebendo aumentos (sic) de menos de 1% com Kassab sejam tratados corretamente. E a posse já mostrou que a questão será problemática.

Nenhuma palavra sobre aumento de salários para professores municipais. Pode ser cedo, mas é questão crucial. Nenhuma palavra até o momento. O PT enche a boca para falar em educação e em valorizar professores e etc, mas na prática faz o contrário.

Julian Rodrigues indicado para a CADS, Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual da prefeitura. Uam figura nefasta, sem trânsito com diversos setores, que coloca interesses partidários na frente de agressões homofóbicas, do PLC122 e etc não tem a capacidade para assumir qualquer cargo na administração paulista.

Garantiu, com suas nomeações para secretarias e com alianças espúrias do PT, que assumissem cargos de vereador gente da laia de Wadih Mutran, Coronel Camilo e.... Marquito (não totalmente sua culpa no caso do Coronel Camilo, mas culpa das alianças esdrúxulas do PT com a direita)!
- Vereador Coronel Camilo (PSD) assumiu em vaga deixada pelo vereador Antonio Carlos Rodrigues, que foi para o Senado.

- Vereador Wadih Mutran (PP) ocupou vaga do vereador Donato (PT), que assumiu Secretaria de Governo na Prefeitura de São Paulo.

- Vereador Alessandro Guedes (PT) ocupou vaga de Eliseu Gabriel (PSB), que foi para a Secretaria Municipal do Trabalho e do Empreendedorismo.

- Vereador Marquito (PTB) ocupou vaga de Celso Jatene (PTB), que foi para a Secretaria Municipal dos Esportes.

- Vereador Abou Anni (PV) ocupou o lugar de Ricardo Teixeira (PV), que foi para a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.

- Vereador Orlando Silva (PCdoB) ocupou a vaga de Netinho de Paula (PCdoB), que foi para a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial.
 Enfim, sugestões, comentários, reclamações e etc são bem vindas.

Deixo calro fazer oposição de esquerda ao PT federal e ao Haddad, mas não posso fingir não ver avanços em discursos, nomeações e propostas, mas tenho a obrigação de criticar aquilo que vejo como absurdo e abusivo. Apenas criticar ou apenas elogiar é coisa pra fanático governista.



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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Haddad confirma: Promessas ao PP valem mais que as feitas ao povo

Movimentos sociais de Luta por Moradia acabam de confirmar que a Habitação irá para o PP de Maluf.

Está comprovado que o PT governa para seus aliados e não para os movimentos sociais e para o povo, o PT não precisa dos setores populares, a não ser durante as eleições ou em momentos decisivos em que coopta suas lideranças a aprovar projetos para amigos do PP, PMDB, PTB e, agora, PSD e Kassab.

Nenhuma surpresa. Parabéns aos que votaram conscientes em Haddad, recebam o PP de braços abertos! Aliás, recebam o PP e recebam Kassab, em quem, provavelmente, votarão para senador com apoio do PT até que aprendam a colocar seus direitos e os direitos humanos à frente de partidos vendidos e corruptos.
Lideranças de entidades reafirmam a Haddad que não aceitam Maluf e PP na Habitação de SP

Na tarde desta quarta-feira (05/12), em reunião com o prefeito eleito Fernando Haddad, na sede do governo de transição, dirigentes de várias Entidades e Movimentos que lutam por moradia na cidade, reafirmaram à Haddad que não aceitam que a área de habitação seja entregue ao PP de Paulo Maluf.

As lideranças relataram ao prefeito eleito que diante do histórico de antagonismo entre eles e o Maluf e o PP na capital paulista não há espaço para diálogo.

E afirmaram que o PP e Maluf não terão condições políticas de implementarem o programa habitacional apresentado por Haddad durante a campanha eleitoral, por isso reivindicaram que a pasta fique no comando do PT.

Mesmo diante do duro e corajoso posicionamento das lideranças, para decepção e frustração dos Movimentos, Haddad confirmou que vai cumprir um compromisso já assumido com PP de Maluf no início de sua campanha e vai entregar a este partido a responsabilidade de comandar a área de Habitação.

As lideranças saíram insatisfeita do encontro e reafirmando a contrariedade e a disposição de continuarem sua trajetória de luta contra a especulação imobiliária e em defesa da reforma urbana e da moradia digna.

As lideranças entendem que a sustentação de um governo que se diz democrático e popular passa também pelos movimentos populares, para além dos vereadores e partidos políticos.

São Paulo, 06 de dezembro de 2012.

União dos Movimentos de Moradia
Central de Movimentos Populares
Frente de Luta por Moradia
Movimento Nacional da População em Situação de Rua.
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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Carta Aberta: PP e Maluf na Secretaria de Habitação e COHAB, não!! Xô Maluf e PP!!!

Carta aberta dos movimentos sociais que muito provavelmente apoiaram Haddad, mesmo criticamente, e que agora podem ser pagos com traição, o que não surpreende. Maluf e o PP são parasitas que controlam o importante Ministério das Cidades e não escondem o interesse em comandar (ou dilapidar) a habitação de São Paulo, uma das áreas mais importantes e problemáticas da cidade.

Uma das áreas prioritárias, especialmente no repovoamento e revitalização do Centro, com a necessidade de construção de centenas de unidades populares para milhares de pessoas que vivem em situação precária ou nas ruas.

Entregar tal secretaria e entidades ao PP é deixar claro não se importar com a cidade e dar uma banana aos movimentos sociais. Claro que com a possívle nomeação de uma figura que enfrenta processo por desvios milionários em São Bernardo do Campo para a secretaria de Educação - outra área prioritária - em conjunto com as demonstrações por parte do govenro federal de não dar a mínima pra educação - criminalização de greves, salários pífios, bolsas para uniesquinas e agora a indicação da tucana Claudia Costin para cargo no MEC - mostram que não se pode confiar no Pt, é preciso pressão constante e vigilância.

Segue a carta:
Nós, lideranças dos Movimentos de Moradia, Entidades Populares e Comunitárias,  de várias regiões da Cidade de São Paulo, preocupadas com os encaminhamentos dados ao processo de transição e discussão em relação à Secretaria de Habitação e COHAB do Município de São Paulo, viemos manifestar o nosso veemente repúdio a qualquer possibilidade do Partido Progressista e Paulo Maluf interferirem ou indicarem representantes deste nefasto partido para Secretaria de Habitação e COHAB do Município de São Paulo.
A história do PP e de Paulo Maluf é conhecida em São Paulo, com perseguição e criminalização aos movimentos sociais e populares, agressões aos trabalhadores informais e população em situação de rua, agenda de despejos e remoções, paralisação dos programas de mutirões e habitação popular, corrupção, abandono e falta de políticas para as áreas centrais, além do trágico projeto Cingapura.
Além disso, o Ministério das Cidades, ocupado pelo PP, na verdade, funciona como balcão de negócios. Toda política do PAC e do Programa Minha Casa, Minha Vida é feita de forma direta entre o Ministério do Planejamento e a Secretaria Nacional de Habitação. No Estado de São Paulo, o PP comanda a CDHU e todas suas ações na área de habitação são pífias ou medíocres. Foram os representantes do PP que enrolaram os movimentos e privatizaram a CDHU durante a gestão do PSDB no Estado São Paulo.
O Prefeito eleito Haddad, disse que iria ouvir os movimentos sociais e a hora é esta, para que possamos manifestar nossa indignação com esta possibilidade.
Nunca aceitamos e não aceitaremos esta aliança. O que esperar de uma situação desta? Que o PP dê conta desta grave situação da habitação em São Paulo? Este partido nem de longe está ao alcance das responsabilidades assumidas na campanha de Haddad à prefeitura de São Paulo, nem está à altura do plano de governo na área de habitação, construído de forma ampla e participativa com os movimentos de moradia e os setoriais do PT, propiciando um grande envolvimento na campanha de Haddad à prefeitura de São Paulo.
Os Movimentos Populares não engoliram de forma alguma esta aliança com o PP de Paulo Maluf que, durante a campanha, gerou grande constrangimento ao Partido dos Trabalhadores, à sua Militância, aos Movimentos Sociais e ao próprio candidato Haddad. Em nossa opinião, os únicos que ficaram felizes com esta aliança foi o PP e o próprio Maluf,  que condenado por corrupção, com toda cara de pau,  se promoveram e beneficiaram às nossas custas.
Fora Maluf e fora PP da Secretaria de Habitação e COHAB de São Paulo!
São Paulo, 19 de novembro de 2012.

Central de Movimentos Populares (CMP)
União dos Movimentos de Moradia da Grande São Paulo e Interior (UMMSP)
Frente de Luta pela Moradia (FLM)
Grupo de Articulação de Moradia do Idoso (GARMIC)
Movimento de Moradia da Região Centro (MMRC)
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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Eleições em São Paulo: Balanços da derrota de Serra e do futuro governo Haddad

Haddad foi eleito prefeito de São Paulo com pouco mais de 56% dos votos.

Serra, porém, conseguiu ultrapassar os 40% dos votos, o que não é desprezível, ainda que a carreira de Serra tenha chegado a uma encruzilhada (felizmente, e espero que termine) e é preciso ter em mente que mais de 30% do eleitorado escolheu não confiar nem em Haddad e nem em Serra, somando abstenções, nulos e brancos.

Não é um dado desprezível e nem uma parcela da população a se deixar de lado. Vale notar que a abstenção do primeiro ao segundo turno subiu cerca de 3%, não é pouco.

Votos em São Paulo:
  • 6.896.290
  • 6.096.488 (88,40%)
  • 299.224 (4,34%)
  • 500.578 (7,26%)
  • 1.722.880 (19,99%)
Eu, particularmente, faço parte desta parcela que desconfia de ambos. Anulei. Comemorei e comemoro a derrota de Serra, necessária, mas não vejo com bons olhos a vitória de Haddad, um político indicado por Lula sem qualquer tipo de consulta ou "poréns". É homem do Lula, como a Dilma é figura dele e segue suas ordens.

Obviamente espero que Haddad possa ter personalidade e ser diferente de Dilma que, estruturalmente, faz um governo tucano.

Legitimidade

Haddad, é preciso sempre lembrar, venceu, mas não tem a legitimidade que talvez alguns petistas pensem.

Foi eleito não por suas forças, não pelos desígnios divinos de Lula - que em São Paulo tem força bastante reduzida em comparação ao Nordeste (e mesmo lá Lula sofreu grandes derrotas, como em Recife e Fortaleza) -, mas por um conjunto de fatores que vão desde o repúdio ao Russomanno, candidato sem eleitorado definido, aliado das forças mais retrógradas e teocráticas - forças que causam horror mesmo em setores eleitores do Serra - até também o repúdio ao próprio Serra, com rejeição tocando o teto.

Serra foi ao Rio buscar Malafaia, e perdeu. Investiu na homofobia - bandeira de Dilma no governo federal - contrariando até mesmo sua história e a do PSDB, que nunca foram, ao menos em São Paulo, retrógrados a este ponto ou neste assunto. Dois dos vídeos do Kit Anti Homofobia abortado por Dilma já faziam parte de material escolar promovido por Serra.

No começo da eleição, Haddad era um ilustre desconhecido, mesmo entre o eleitorado tradicional petista, logo, Russomanno, um ex-apresentador de TV conhecido e que surfou no discurso pró-consumidor, bastante em alta graças, ironicamente, ao Lula e ao PT, que transformaram a população mais pobre em consumidores (da pior forma possível, pois consumir não é ruim, mas também não é o fim último de tudo, não é a cidadania plena, é apenas uma etapa), conseguiu conquistar uma boa parte do eleitorado tradicional petista que não conhecia o candidato do PT. Conquistou ainda um eleitorado que repudiava o Serra e que não tinha candidato.

Começa a subida

Russomanno, com o tempo, viu seu eleitorado minguar e muitos acabaram aderindo ao Haddad ou mesmo acabaram no imenso bolo da abstenção, nulos e brancos. Haddad, por sua vez, cresceu quase que por inércia, navegando no número expressivo de eleitores tradicionais do PT e vitaminado - e isto foi decisivo - pela rejeição ao Serra (e não aos tucanos em si).

Ainda assim, a vitória de Haddad no segundo turno não veio com a folga esperada, mostrando que mesmo a rejeição serrista não fez com que um candidato fabricado há menos de um ano tivesse facilidades.

A crescente violência contra a população mais pobre, intervenções no Centro, como o Nova Luz, aumento da violência, piora no trânsito e a popularidade ínfima de Kassab, creditado como cria de Serra, contribuíram para a derrocada serrista que, aliás, sequer tinha apoio total dentro de seu próprio partido e mesmo o aliado Kassab se bandeava para os lados do PT.

Não foi Haddad que venceu, foi o Serra quem perdeu. E Haddad se tornou, de certa maneira, palatável à certos conservadores paulistas, que preferiram a escolha "menos pior" que o Serra.

Alianças com Maluf e outros conservadores são prova disso, por mais que, talvez, na soma, Maluf tenha perdido mais que Haddad ganhado.

Deus Lula

Acredito ser necessária uma nota quanto aos desígnios divinos do "deus Lula", como Marta Suplicy já o havia chamado. Lula não tem, localmente, a força nacional que elegeu Dilma. Em São Paulo são poucos os programas federais que conseguem a propaganda que os programas do PSDB. É uma cidade (e um estado) avessos ao governo federal e que deixam isso claro.

Se mesmo no nordeste, onde mesmo eu, um crítico do lulismo, sou forçado a ver mudanças significativas (para o melhor e para o pior), o Lula acumulou derrotas - Salvador, Fortaleza, Recife - para aliados (no caso das duas últimas cidades) e para um ferrenho opositor de um partido que cada vez mais se torna irrelevante (em Salvador), então como esperar que o poder do "deus Lula" funcione perfeitamente em São Paulo?

Esta espécie tosca e burra de "determinismo" quanto à força do lulismo, quase teológico, pode ser creditado como um dos responsáveis por certas derrotas do PT localmente, e pode causar problemas nas eleições estaduais daqui a dois anos.

Caciques regionais, estaduais e municipais, por vezes tem muito mais força que um cacique nacional, pois estão muito mais próximos da realidade local e do eleitor a todo o tempo. Cid Gomes e Eduardo Campos são a prova viva disso. Como aconteceu em Salvador, o candidato do PT, Nelson Pelegrino, teve forte apoio de Lula e Dilma, mas o péssimo governo de Jaques Wagner (do mesmo PT) ajudaram a que nem o apoio do "Deus Lula" fosse suficiente. O próprio candidato creditou sua derrota à greve dos policiais e professores, como se a culpa por estas greves não tivesse sido do próprio PT e da truculência com que trataram a questão.

Se o PT age como o DEM, como o PSDB, o povo acaba preferindo o original.

Já há, nos bastidores do PT, conversas sobre o Padilha para o governo de São Paulo. Uns dizem "mais um poste" e, neste caso, pode ser MUITO mais difícil para Lula elegê-lo, visto que Alckmin mantém popularidade alta, diferentemente de Kassab, o que pesou para Serra. 

Como disse o Chico (@elcapeto) no Twitter: "A relação do eleitorado com o PT passa muito mais por uma percepção pragmática de resultados do que por um "vestir a camisa" tipo peronista. Convoquem o povo às ruas pra protestar contra o resultado do julgamento do mensalão petista pelo STF. Boa sorte, vão precisar."

E o governo Haddad?

Mas voltando ao Haddad e a São Paulo, sabemos que ele não terá vida fácil. Precisará contentar com cargos e secretarias uma gama de aliados que vão desde o PP de Maluf ao PCdoB de Netinho, e até mesmo o PSD de Kassab (senão o próprio que irá cobrar para si um cargo até aparecer algo melhor).

Ou seja, não terá a liberdade - se é que tem esta intenção - de realizar mudança profundas dentro do que foi apregoado na campanha e que se refletiu num bom apoio de setores acadêmicos e dos movimentos sociais ao PT nestas eleições.

O financiamento pesado de construtoras à sua campanha, ou melhor, os patrocínios, cobrarão seu preço em questões de moradia, habitação e desenvolvimento urbano e é aí que entra o Nova Luz, a questão do trânsito, despejos, ocupações e incêndios em favelas.

De início, Haddad já enfrentará o dilema das nomeações para subprefeituras, hoje quase todas ocupadas por militares e militarizadas. Ele terá de resgatar a importância e prerrogativas destas funções e indicar não políticos aliados, mas pessoas das comunidades, engajadas, e que entendam e tenham capacidade e poder para alterar a realidade local sem se tornarem reféns da especulação e de interesses privados.

Haddad tem ainda o desafio de "civilizar" a GCM, braço de repressão assassina contra moradores de rua e pobres. Ele irá peitar as iniciativas criminosas de Alckmin usar sua PM para matar, ou irá se acovardar, como o governo federal fez no Pinheirinho? Tem o dever de acabar com a violência em desocupações, na verdade, tem o dever de arranjar espaços para que a população em situação de rua possa deixar sua situação de abandono. É preciso reabrir e humanizar albergues, criar emprego para esta população. Urbanizar favelas e não tacar fogo para agradar a especulação e peitar empreiteiras.

É preciso elevar - e muito - o salário dos professores municipais e melhorar a estrutura das escolas. Criar centenas de creches e não achar que uma bolsa resolve o problema - como propôs Serra no último debate. Construir hospitais é uma necessidade, assim como melhorar o atendimento dos existentes. Investir em saúde. Tentar - TENTAR - melhorar o trânsito, investindo em transporte público de qualidade. Não só aumentar duração do Bilhete Único ou torná-lo mensal, chegando até a encarecer o bilhete, mas aumentar frota, criar corredores, diversificar as modalidades de transporte publico, reduzir tarifa e mesmo chegar ao Passe Livre paulatinamente.

É preciso enterrar de vez a Nova Luz, revisar contratos e auditar dívidas, revogar imediatamente os contratos com a Abril... Tudo isso é apenas o começo, e um tímido começo para enfrentar os problemas da cidade, que são muitos, e cada vez mais pioram e se ampliam.

Eu não confio no PT ou no Haddad, mas dou, neste momento, um tímido voto de confiança, esperando, como com Dilma, não me arrepender imediatamente.

E espero que a mesma miltância que foi hoje comemorar na Paulista a vitória de Haddad, o faça também para cobrar, apesar de, infelizmente, termos exemplos negativos, de militância apoiando privatizações, remoções e chamando grevistas de vagabundos para agradar o governo federal e locais do PT.

Derrotamos o Serra, mas ainda não ganhamos nada. É preciso consolidar espaços de e à esquerda e evitar cair em fanatismos partidários.
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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

"Russomano merece uma chance"?

Saí para jantar no bar da praça onde vivo com minha namorada alguns dias atrás e, enquanto jantávamos, a garçonete do local começou a conversar com o guardador de carros da rua sobre as eleições. Ela não simpatizou com nenhum candidato a prefeito, mas sabe que, com certeza, não votará no Serra nem no Russomano.

Concordo integralmente com ela.

Ele, por sua vez, com uma eloquência e politização que poderia surpreender a muitos - e dar uma aula para a classe mérdia - enumero as razões pelas quais não votaria no PSDB/Serra, dentre elas por tratar professores como lixo, pagando baixos salários, é corrupto, não é confiável e larga cargos pela metade e acrescentou que o PSDB governa São Paulo há tempo demais e nunca fez nada pelo povo, enfim, é um partido (o PSDB) e um candidato (Serra) péssimo(s).

Mas, ao ser questionado em quem votaria depois de ferrenho rechaço ao PSDB/Serra, não titubeou: Russomano. Mas porque não no Haddad? Oras, porque o PT é o partido do mensalão. Também trata mal os professores e não é um partido em que se pode confiar. É corrupto como os demais.

Ou seja, para ele o PT e o PSDB se equivalem em muitos aspectos.

Ainda, Russomano ainda não tinha tido uma chance, e a merecia em emio a partidos e candidatos, para ele, manchados.

Eu não posso refutar sua lógica, por mais que não concorde que Russomano mereça uma chance ou não seja farinha do mesmo saco. Para ele -e e para muitos - o PT acabou se tornando apenas mais um PSDB, corrupto, trata os professores como lixo, criminaliza greves.... Não foi esta a única conversa que acabei ouvindo pelo centro de São Paulo. E as semelhanças são inúmeras!

O PT acabou por, com sua farra mensaleira e com sua aproximação ideológica com o PSDB, se tornar difícil de diferenciar em muitos casos. E hoje paga o preço.

Não surpreende que Russomano esteja em primeiro.

Claro, os fatores são vários, mas não descarto que esta politização ou visão política localizada daqueles que estão em situação mais vulnerável seja mais um fator para explicar porque São Paulo está entregue e em situação desesperada, quase nas mãos de Russomano.

E não, eles não estão errados, errado está o PT que não se mostra mais como alternativa.

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PS necessário: Eu não apoio nem jamais apoiaria o Russomano, que fique claro!
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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Haddad: O sagrado direito de sermos enganados [Parte 2]

Ai que fofo!
Chegamos ao ponto principal: O combate à máfia dos transportes.
Veja aqui o primeiro post dessa série.
Marta, por todas as críticas que posso ter contra ela - e são muitas - teve a coragem de ao menos tentar enfrentar as máfias que controlam o sistema de transporte da cidade. O Bilhete Único foi uma vitória que só veio do enfrentamento dessa máfia, mas Haddad sequer cogita enfrentá-las, irá beneficiá-las.

Para ser mais claro, as tarifas não irão deixar de subir, passarão aos 3,15, 3,50, 4 reais... E até onde as máfias mandarem. Ao menos esta é a lógica do transporte da cidade e Haddad até o momento não gastou saliva para dizer que as tarifas não subirão ou que cairão. Todas as fichas estão no Bilhete, não importa a tarifa-base.

E tudo isto mascarado por um bilhete mensal que fará tudo parecer mais suave. Oras, pagaremos de uma vez e não teremos a constante lembrança de estarmos sendo roubados, como é a sensação a cada vez que vemos mais 3 reais indo pro esgoto. Quantos milhões mais irão para subsidiar o lucro dos donos das empresas de ônibus e quanto mais termos de pagar para deixá-los satisfeitos? Os subsídios aumentam e a tarifa idem!
A Prefeitura de São Paulo aumentou o valor do subsídio repassado aos oito consórcios de ônibus e às cooperativas de perueiros da cidade em 17% como justificativa para manter a tarifa em R$ 3. Com o acréscimo, as empresas receberão R$ 772,5 milhões até o fim de 2012. No início do ano, a previsão era de que a Prefeitura repassasse R$ 660 milhões. O aumento foi publicado nesta terça-feira no Diário Oficial da Cidade.
São quase 800 MILHÕES de reais para encher os bolsos dos donos das empresas de ônibus junto a uma tarifa abusiva em um sistema de transporte que deveria ser público.

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Atualização 03/09:

Confirmado:
Para viabilizar a iniciativa, Haddad prevê um desembolso adicional de R$ 400 milhões por ano para as empresas de ônibus municipais, ou aproximadamente 1% do orçamento anual da Prefeitura. O montante, a ser repassado às empresas de transporte público da capital, representa um acréscimo de 50% em relação aos atuais valores pagos pela administração municipal, na casa de R$ 800 milhões, segundo Haddad. "É um investimento que, em nossa opinião, vai contribuir muito para que o transporte público volte a ser uma alternativa importante", destacou o candidato, pouco antes de iniciar uma carreata na região Sul de São Paulo.
Haddad não apenas não irá combater a máfia dos transportes como ainda irá pagar mais 400 MILHÕES a eles. No total, a prefeitura gastará 1 BILHÃO e 200 Milhões de reais nessa farra, com uma tarifa de abusivos 3 reais que não será mexida. É mesmo uma paida de péssimo gosto.
O candidato afirmou que o novo bilhete único mensal será complementar ao atual modelo. "Para quem faz poucas viagens, continua interessante pagar RS 3,00 por três horas de uso. Mas para aquele que utiliza ou quer usar mais intensivamente o sistema de transporte público, vai poder adotar o bilhete mensal", explicou.
Continuaremos a ser roubados. Obrigado, PT.
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Não há, na campanha de Haddad, qualquer pomessa de reduzir tarifas. Ou de negociá-las. Muito menos de parar com a subida das mesmas até torná-las impossíveis de pagar. Ele jamais pensou nisso ou, se pensou, se acovardou frente às máfias. Aliás, mesmo que prometesse, seriam promessas tão consistentes quanto as de Dilma de não privatizar, de investir em educação, de respeitar os direitos humanos e etc?

As empresas podem aceitar o acordo, pois serão beneficiadas. A ideia óbvia é a de que, com esta "facilidade", mais pessoas sejam atraídas ao transporte público, o que fará, no fim, que o lucro das empresas cresça. Claro que nada se fala sobre ampliar o sistema de transporte em si e diversificá-lo, pois se já somos sardinhas nos ônibus, imaginem se mais gente resolver "aderir"!?

Voltando um pouco ao primeiro post, para TRABALHADORES ele não serve. É engodo. Ou seja, para a maior parte da população mais pobre, com pouco acesso a lazer e muito trabalho, é uma piada de péssimo gosto. Agora, para estudantes que também trabalham, para classe média que trabalha de ônibus e aproveita para sair ele até tem serventia, mas não ataca nenhum dos problemas descritos acima e nos post anterior, o das máfias e tarifas abusivas.

Mas também temos problemas "menores", técnicos, como o excesso de filas para carregar os bilhetes, o sistema ineficiente - péssimo - que raramente funciona. Máquinas que deveriam aceitar cartão e não aceitam, máquinas fora do ar o tempo todo, filas, falta de mais locais para poder carregar bilhetes....

Nenhum destes problemas foi atacado por Haddad - ou por qualquer outro - mas alguns de nós podem ficar felizes em ser enganados.

Mas Haddad deixou claro que só vai aderir quem quiser. Aquele pai de familia, trabalhador, que mal tem tempo pro lazer não terá porque aderir. Irá ter prejuízo. A classe média com carro irá aderir? Duvido.

Quem, afinal, irá aderir a este projeto capenga, mal feito e eleitoreiro?Me lembro de comentários de milicianos fanáticos durante a grande greve dos professores - que continua - e de outras áreas do funcionalismo público reclamando que, oras, ninguém mandou os caras fazerem concurso e irem ser professores/servidores, logo, porque fazem greve?

Este tipo de raciocínio (sic) é basicamente o que permeia o "adere quem quiser" do novo bilhete haddadiano.

Sem atacar as máfias dos transportes, sem discutir redução drástica das tarifas e mesmo a tarifa zero total ou para casos específicos, sem atacar os lucros dos empresários mafiosos e sem repensar completamente o modelo de transporte da cidade, nada que Haddad tente será mais do que uma piada de mal gosto eleitoral.

E não cabe a desculpa de que "é difícil" e semelhantes, pois o governo federal é do PT e tenho certeza de que um projeto efetivamente popular dificilmente seria barrado por Alckmin caso fosse exercida pressão (popular).
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Nos comentários do post anterior, surgiu um debate interessante com uma leitora, a Babi, que passo para este post suas perguntas e minhas respostas que, penso, ilustram melhor o que venho tentando dizer:
Tsavkko, eu leio alguns textos seus, mas nesse eu questiono firmemente em alguns aspectos. Quatro mais fortes, na verdade.

1) Primeiro eu acompanhei as discussões sobre o Tarifa Zero, inclusive já conversei com o próprio Lúgio Gregori há alguns anos sobre a possibilidade de instituição dele. É um ótimo plano, duvido que haja alguém eu não ache. Mas politicamente, é impossível implementar agora, nesse contexto histórico. Não é viável nesse momento levando em consideração a pe´ssima administração atual (que vai ter reflexos não importa qual seja o próximo prefeito), a íntima relação que tem entre transporte e especulação imobiliária, transporte e as atuais leis de uso e ocupação do solo e, principalmente, transporte e toda a burrada que o Kassab vem fazendo pela cidade. Propor a tarifa zero agora é zuar com o eleitor, pois não seria implementado.

2) Uma outra crítica minha é no uso de palavras como “provavelmente”, expressando um juízo de valor que não tem nenhum embasamento além do que você pensa. Não tem provas. Você usa o “provavelmente”, por exemplo, quando fala da viagem “ilimitada”. Nada garante que não funcione, mas você coloca como se o nã-funcionamento fosse uma verdade e pode levar pessoas a acreditar na sua versão não-comprovada.

3) Quanto à questão da falta de estrutura cultural nas periferias, no plano de governo que eu li falava bastante sobre o fortalecimento da cultura, não apenas pra levar cultura “erudita” mas para fomentar a própria cultura local que hoje é marginalizada. Isso é uma área que precisa ser trabalhada em conjunto com o transporte, para que uma pessoa de Pirituba, por exemplo, não precise ir à Frei Caneca para ver um filme ou um teatro. E estava lá no plano do Haddad que eu li.

4) Especificamente sobre o Bilhete Mensal, talvez você esteja esquecendo do número de pessoas que trabalham em dois empregos para complementar a renda (uma das passagens de hoje sairia de graça), trabalham e estudam ao mesmo tempo (a terceira passagem também sairia de graça), são freelancers, autônomos e diaristas (ou seja, não trabalham no horário comercial, circulam pela cidade e não necessariamente usam apenas 2 passagens por dia) e mais fomentadores de políticas culturais, educacionais, líderes de movimento de bairro. Ou seja, para grande parte do pessoal mais pobre o Bilhete é sim uma revolução e significaria uma mudança maravilhosa.

São alguns pontos que acho que merecem ser visitados, não?

Abraços,
babi  
E minhas respostas:
1) Babi, SEMPRE algo será politicamente inviável até que seja tentado. O Bilhete Único, na sua época, era impossível também. As máfias lutaram contra e Marta se impôs. NADA na política se faz sem alguma dose de imposição sorbe máfias e oposição de direita. Você acha que esse bilhete proposto pelo Haddad não enfrentará oposição, caso ele realmente chegue a beneficiar mais que 1-2% da população? Se tocar, mesmo que remotamente, nos lucros da máfia dos transportes, será combatido. E terá de ser imposto, caso haja vontade política.

MAs claro, da forma como está sendo colocado, não enfrenta nada, na verdade assegura lucros.

MAs cá entre nós, eu não acredito ou defendo um passe livre imediato, da noite pro dia, e sim um processo que passa por revisão de licitações, reestatização do transporte público, tarifas sendo paulatinamente reduzidas, conscientização da população e por aí vai, até chegarmos no passe livre para estudantes, para quem ganha x salários e por aí vai. É um processo longo, mas que NINGUÉM teve coragem de propor, apenas em debates para a própria militância ou para quem não tem poder de mudar muita coisa.

Enfim, não se trata de "vamos implantar tarifa zero na semana que vencermos", mas de iniciar um diálogo e um processo sério. E o bilhete ora proposto pelo Haddad vai na contramão.

2) Na verdade, Babi, uso o provavelmente depois de ver o que é o governo federal do PT. Prometeram não privatizar, proemteram valorizar educação, prometeram isso e aquilo e não fizeram nada, melhor, fizerma o contrário. O "provavelmente" não veio de graça, mas apenas da observação do modus operando do PT antes do governo e depois de virar governo. Quanto ao "ilimitado", bem, temos o exemplo das Teles, melhores amigas do Paulo Bernardo, que vendem produtos "ilimitados" com muitos limites, poréns e exceções. E, de qualquer forma, esse é apenas um dos pontos menores da minha argumentação.

3) Concordo plenamente. Seria realmente genial, mas daí a virar algo efetivo... Basta ver como os governos do PT (notadamente o federal e o da Bahia) tratam as classes mais pobres, grevistas, indígenas pra ver que o papo de "inclusão" é apenas isso, papo. Haddad pode ser diferente? Claro, mas eu pessoalmente duvido, até porque Haddad não passa de uma marionete fabricada pelo Lula e controlada por ele.

4) Não esqueci, mas não era meu foco. Mas sim, faz sentido. MAs ao não mexer nas tarifas abusivas e permanecer na lógica mercadológica do transporte, um desconto é apenas isso, um desconto. Não garante que não veremos aumentos gigantescos mais pra frente, que encarecerão também o bilhete mensal ao ponto de se tornar proibitivo.

Não há nada de revolucionário em uma proposta que se espelha em exemplos vários que existem pelo mundo. A idéia - repito, a ideia - é excelente. O problema é que sua execução, como proposta, não apssa de um desconto para uma parcela da população e não uma mudança efetiva na lógica dos transportes.
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Leia a Parte 1 da análise
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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Haddad: O sagrado direito de sermos enganados [Parte 1]

Esses são amigos!
Em meio às infindáveis promessas de campanha por parte de todos os - péssimos - candidatos à prefeitura de São Paulo, uma me chamou à atenção: A proposta de Haddad de criar um Bilhete Único Mensal.

Os petistas ficaram satisfeitos, entusiasmados, nunca antes na história desta cidade haviam pensado em algo tão revolucionário! Bem, ao menos tão interessante. Mas passa longe disso.

Vamos, por um instante, fingir que a juventude do PT e amplos setores partidários (inclusive vereadores como o José Américo e a Juliana) nunca participaram de nenhum protesto contra o aumento das tarifas (na casa dos absurdos 3 reais) e que ninguém do PT jamais participou, incentivou ou ouviu falar dos debates em torno do Passe Livre. Com esta lembrança de não nos lembrarmos destes pontos, sigamos adiante.

A ideia nada tem de revolucionária e esbarra em diversos problemas. Mas deixo claro que é óbvio que a *ideia* de um bilhete mensal é boa, mas não da forma como foi proposto.

Tido como uma forma de ajudar o trabalhador, não passa de farsa. A tese é a de que podemos carregar o bilhete por mês (ou semana e dia) com um valor pré-determinado e que, então, podemos andar no transporte público de forma ilimitada (provavelmente este "ilimitado" será semelhante ao das empresas de telecomunicações, cujas propagandas vendem ligações e internet ilimitada, mas sempre com alguma pegadinha. Será que sermeos jogados pra fora do ônibus quando o ilimitado chegar ao limite?).

Mas será que este ilimitado é tão bom assim?

Um trabalhador das classes mais baixas, que realmente necessita do transporte público (a classe média em geral prefere se aventurar por 3-4 horas em seus carros pagos à milhões de prestações por valores absurdos graças a impostos abusivos e lucros igualmetne ridículos, cujo governo se recusa a limitar, mas este é outro assunto), terá a oportunidade de, nos dias de semana, aproveitar para viajar de ônibus mais do que apenas para ir e voltar do trabalho.

Contando que ele more, por exemplo, no abandonado M'boi mirim, ele talvez consiga pegar um cinema em algum shopping há 50 quilômetros de sua casa depois de passar 3 horas em um ônibuss. A sessão da meia noite seria uma boa opção.

Claro que a falta de estrutura e de lazer nas periferias não é o problema que importa (ao menos nesta questão) a Haddad, ao PT ou a mãe joana. É problema do trabalhador se ele não consegue usufruir da maravilha do bilhete mensal nos dias de semana.

Aos domingos (e feriados) as vantagens do Bilhete Mensal ficam escondidas pelo fato de que, hoje, já se é possível andar por várias horas com uma só carga de bilhete (com uma só tarifa) por até 8 horas em 4 diferentes ônibus. A não ser que a ideia seja paregrinar pela cidade, não é de todo ruim.

Mas, contando que este trabalhador tenha folga aos sábados (muitos dos reles mortais das classes mais baixas trabalham aos sábados), aí sim poderá usufruir das incríveis vantagens do bilhete mensal. Ok, ponto para Haddad.

Mas vejamos quanto a brincadeira sairá para o trabalhador:
Ida e volta do trabalho = 6 reais
Ida e volta do trabalho 5 dia por semana -> 6x5=30 reais
Ida e volta do trabalho 5 dias por semana, por um mês (4 semanas) -> 30x4=120 reais
Bilhete proposto pelo Haddad = 150 reais. Realmente, uma IMENSA vantagem para o trabalhador. Detalhe, só pode andar de ônibus. Quem não quiser que se f*.
A diferença é de 30 reais. Voltemos aos cálculos:
São 20 dias úteis e 10 de fim-de-semana (esquecendo os feriados), mas no domingo você pode usar o bilhete único por 8 horas, logo, contemos como 5 dias em que o trabalhador precisa usar o bilhete para ida e volta (6 reais) e 5 dias em que precisa apenas uma vez (domingo, 3 reais), temos, então, 45 reais.
Basicamente, contando que o trabalhador saia TODOS os dias de fim-de-semana, ele terá feito a IMENSA economia de 15 reais. É ou não é um presentão? Se resolver descansar aos domingos, o trabalhador irá ter pago a MESMA coisa que pagaria sem o bilhete maravilhoso proposto pelo Menino Malufinho.

Mas lembre-se, tudo isto vale APENAS para os ônibus. Metrô é outro papo. Ou seja, se o trabalhador pegar um metrô e logo depois um ônibus, irá pagar MAIS pelo bilhete do Menino Malufinho que pelo que temos hoje, pois, sigam o raciocínio, se pegamos um metrô e depois um ônibus, pagamos a METADE do valor no ônibus. Com o projeto do Haddad, pagaremos a passagem inteira!

Mas está tudo bem, ele *acredita* na boa vontade do governo do estado para aderir ao seu mirabolante projeto.

Mas os problemas não acabam por aí e seguem em outro post.

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Atualização:
Hadda agora fala em bilhete de 140 reais. Mas a lógica permanece a mesma. A diferença de 15, passa a 25 reais desde que o trabalhador saia TODOS os dias de casa. A tarifa abusiva de 3 reais permanece a mesma, a máfia permanece a mesma.
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Leia a Parte 2 da análise
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